Confundido com PM, jovem é torturado e morto por traficantes

Um carioca de 20 anos foi torturado e morto por traficantes após ser confundido com um policial militar durante uma abordagem. O crime aconteceu neste domingo (6), no Rio de Janeiro. Matheus Ferreira Motta voltava para casa, acompanhado de amigos, quando o grupo foi confundido com traficantes rivais ao passarem de moto pelo Complexo do Chapadão, na zona norte da cidade.Ao serem abordados pelos bandidos, o grupo encontrou no celular de Matheus fotos onde ele aparece em uma farda semelhante às dos militares. É que o jovem usava a roupa para participar de "batalhas" de paintball, um esporte de combate onde os participantes atiram em pessoas de outras equipes com armas de ar comprimido, armadas com bolas de tinta colorida.

Matheus foi confundido com militar e foi sequestrado, torturado e morto por traficantesFoto: Reprodução do Facebook

Ao ver as fotos de Matheus vestido para a "batalha", os traficantes passaram a acreditar que o rapaz era um policial militar, informou o jornal Extra. Eles liberaram os amigos do carioca, mas o levaram para a comunidade, onde o torturaram antes de matá-lo. O corpo dele foi encontrado no porta-malas de um carro incendiado na zona oeste do Rio de Janeiro, ainda no domingo.Os amigos de Matheus chegaram a fazer uma campanha nas redes sociais pedindo informações sobre o paradeiro dele. O jovem não tinha antecedentes criminais. Após o sequestro do rapaz, o pai de Matheus, Otávio Motta, comentou que não acreditava na morte do filho.

Em fotos, Matheus aparece vestido em farda usada nos combates de paintball Foto: Reprodução/ Facebook

"Meu filho não é bandido, e logo estará aqui comigo nos meus braços. A dor é insuportável, mas tenho minha fé de que ele vai voltar para os meus braços. Volta logo, filho", escreveu no Facebook. O corpo de Matheus foi reconhecido pela mãe nesta segunda-feira (7), pelo alargador de orelha e bermuda que o garoto usava. Um exame papiloscópico também confirmou a identificação.Os autores do crime ainda não foram identificados pela polícia, que buscam imagens de câmeras de segurança instaladas na região onde a abordagem aconteceu para tentar identificar os traficantes envolvidos na morte de Matheus.