Faltavam poucos minutos para o Brasil estrear na Copa do Mundo. Wallace já havia pedido dinheiro à sua mãe para comprar uma camisa oficial da seleção, mas dona Sandra, dona de casa, não tinha um tostão. Os dois foram pedir ajuda à melhor costureira da Vila Cruzeiro, favela do Complexo da Penha, onde nasceram e moram até hoje. Ao ver o olhar triste do menino por não ter uma camisa, tia Neuza, como é conhecida, pegou um tecido amarelo que tinha guardado e correu para a máquina de costura. A camisa custaria R$ 10 reais, mas acabou saindo fiado. Para o jogo seguinte, contra a Costa Rica, Wallace teve uma ideia: personalizar o uniforme. A mãe disse para ele colocar seu próprio nome; Helen, sua irmã, sugeriu o de Gabriel Jesus; mas ele já tinha outro em mente: Philippe Coutinho. Foi a costureira quem escreveu à mão, com uma caneta verde, o sobrenome do artilheiro do Brasil na Copa, e também o número que ele veste.
Essa história tinha tudo para acabar como começou, sem nunca sair da Vila Cruzeiro, se não fosse o fotógrafo Bruno Itan, morador do Complexo do Alemão, que está percorrendo a cidade durante os jogos do Brasil para registrar como as favelas torcem, como O GLOBO contou na segunda-feira. Após fotografar o menino ao lado da prima Letícia, da mesma idade, entusiasmou-se com a ideia de fazer a foto chegar ao próprio Coutinho. Uma tarefa difícil, principalmente porque ele não conhecia ninguém ligado ao craque. Decidiu lançar uma campanha nas redes sociais e, para seu espanto, o próprio Coutinho lhe respondeu em menos de quatro horas, dizendo-se “emocionado”. Hoje, Wallace de Oliveira Rocha teve uma surpresa: um vídeo de Coutinho para ele, gravado logo após o último treino da seleção em Moscou.
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Redação iBahia
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