O Brasil se transformou em um dos maiores mercados para a cocaína, com uma prevalência que supera a dos Estados Unidos e alcança mais de quatro vezes a média mundial. Os dados foram divulgados ontem pelo Escritório de Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas, que também revela que o Brasil passou a ser o maior centro de distribuição de cocaína no mundo na última década, sendo citado em 56 países pesquisados como o local de trânsito da droga. Segundo a ONU, produção de coca no mundo parece ter atingido seu ponto mais baixo desde 1990. O informe também aponta para uma contração nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. Mas é o consumo de cocaína na América do Sul que mais preocupa, pois segue uma tendência inversa. A taxa de prevalência da droga na região passou de 0,7% da população em 2010 - com 1,8 milhões de usuários - para 1,2% em 2012, um total de 3,3 milhões de pessoas. As taxas sul-americanas são hoje três vezes a média mundial e parte do aumento teria ocorrido por causa do avanço da droga do mercado no Chile e na Costa Rica. “Mas o aumento do uso de cocaína na região é liderada pelo uso no Brasil”, alertou a ONU. “Apesar de não haver uma pesquisa recente no Brasil, extrapolando dados a partir de pesquisas com estudantes universitários, o escritório estima que a prevalência do uso da cocaína seja de 1,75% da população adulta do país”, indicou. Neste ano, o informe das Nações Unidas aponta para uma queda do cultivo da coca. Na Colômbia, a capacidade de produção seria a menor desde 1996. Mesmo com um cultivo mundial equivalente a 170 mil campos de futebol, a destruição de áreas levou a uma redução da plantação em 10% entre 2012 e 2013. Para a ONU, a queda do cultivo pode ter tido um impacto também na queda do consumo, com menor acesso ao produto nos Estados Unidos e no Canadá.
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