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BRASIL

Demóstenes e Leréia faziam compras com cartão de bicheiro, diz PF

As informações foram reveladas durante as gravações realizadas pela Polícia Federal (PF)

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29/04/2012 às 10:00 • Atualizada em 27/08/2022 às 11:28 - há XX semanas
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Gravações da Polícia Federal mostram que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) faziam compras através do cartão de crédito do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Apesar de declarar ser dono de um patrimônio pessoal modesto, Demóstenes esbanjava nos gastos com vinhos caríssimos. Dono de uma das adegas mais invejadas de Brasília, o senador encomendou ao bicheiro cinco garrafas de Cheval Blanc, safra 1947, tido como um dos melhores vinhos do mundo. A compra aparece em escutas feitas pela PF com autorização da Justiça, dentro das investigações da Operação Monte Carlo. A aquisição foi realizada em agosto do ano passado e chama a atenção pelo seu alto valor. No Brasil, cada garrafa custa o equivalente a R$ 30 mil. Mas o esquema de Cachoeira conseguiu uma “pechincha” e comprou as cinco garrafas por aproximadamente US$ 15 mil (cerca de R$ 28,2 mil). Se não bastasse o custo elevado da compra, o pagamento revela mais uma vez a relação de grande intimidade do senador com Carlinhos Cachoeira. O pagamento, a pedido de Demóstenes, foi feito no cartão “do nosso amigo aí”, referindo-se ao contraventor. Já Leréia aparece, nas gravações da PF, conversando com Cachoeira e recebendo a senha de um cartão de crédito do contraventor.Cientes de que a situação do deputado goiano se complicou, os tucanos já afirmam nos bastidores que o partido terá, no mínimo, que abrir um processo interno para cobrar, formalmente, explicações de Leréia. Há quem defenda, de forma ainda reservada, até mesmo a expulsão do deputado, citando como exemplo o que fez o DEM com Demóstenes. Nos bastidores, os tucanos já contabilizam dano irreversível em relação a Leréia, mas afirmam que o caso do governador Marconi Perillo é diferente, e reforçam a defesa dele. Sob pressão, Marconi tomou a dianteira: quer ser o primeiro a ser ouvido na CPI e pediu para ser investigado pela Procuradoria Geral da República. Os tucanos entendem que o governador tem conseguido se explicar. “Todos conhecemos o estilo e a liderança do governador Marconi. Sabemos que ele vive um grau de constrangimento, mas continua tendo respeito de todos. Para quem está em Goiás, a situação é mais difícil, a ocupação territorial do Cachoeira já vinha de outros governos”, diz o líder da bancada do PSDB na Câmara, Bruno Aráujo (PE).

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