A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda (9), após reunião com Barack Obama, na Casa Branca, que manifestou ao presidente dos Estados Unidos a "preocupação" do Brasil com as políticas monetárias expansionistas dos países desenvolvidos. Segundo a presidente, essas políticas levam à desvalorização das moedas nesses países, comprometendo o desenvolvimento nos países emergentes.
"Essas políticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalorização das moedas nos países desenvolvidos, levando ao comprometimento dos países emergentes, declarou Dilma. Segundo a presidente, o papel dos Estados Unidos na atual conjuntura de crise "é muito importante". "Consideramos que o papel dos EUA nesta conjuntura, neste mundo multilateral, é muito importante. A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência, tecnologia e inovação, e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação norte-americana tornam muito importante o papel dos EUA tanto na contenção da crise quanto na retomada da prosperidade." Apesar das críticas à política monetária dos países ricos, Dilma disse reconhecer "o papel dos bancos centrais, especialmente nos últimos meses do Banco Central Europeu, em impedir uma crise de liquidez de altas proporções, afetando a todos os países." Ela disse saudar "a grande melhoria ocorrida nos Estados Unidos" e afirmou ter "certeza" de que isso será "uma tônica nos próximos meses e anos sob a liderança do presidente Obama". "Os países Brics [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] respondem hoje por parte muito expressiva do crescimento econômico. Mas é importante perceber que a retomada do crescimento, num horizonte de médio prazo, passa também pela retomada expressiva do crescimento americano. Nós saudamos a grande melhoria ocorrida aqui nos EUA e temos certeza que isso será uma tônica dos próximos meses e anos, sob a liderança do presidente Obama." No começo de março, a presidente já havia chamado de "tsunami monetário" as políticas de proteção dos países ricos, que injetam dólares em diversos mercados, reduzindo a cotação do dólar frente às moedas locais. Com isso, as exportações ficam prejudicadas, o que tem acontecido no Brasil. Depois, em visita à Alemanha, também em março, Dilma voltou a criticar as medidas tomadas pelos países europeus para sair da crise. Numa conversa com jornalistas antes de encontro com a chanceler Angela Merkel, a presidente condenou a desvalorização cambial “artificial” das moedas estrangeiras, que prejudicam as exportações dos emergentes. Na ocasião, ela considerou "importante" que os países desenvolvidos "não só façam políticas expansionistas monetárias, mas façam políticas de expansão do investimento. Porque o investimento não só melhora a demanda interna, mas abre também a demanda externa para os nossos produtos.” ParceriasDilma destacou parcerias com os Estados Unidos nas áreas de energia, defesa, educação e tecnologia. "No que se refere ao aspecto bilateral, o Brasil e os Estados Unicos têm crescentemente estreitado suas relações comerciais, ampliado investimentos recíprocos. O investimetno brasileiro nos Estads Unidos já chega a 40% do total de investimento americano no Brasil. Todas as nossas relações apresentam resultados muito importantes, mas, ao mesmo tempo, demonstram que estamos aquém das nossas possibilidades", declarou. Segundo ela, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 "permitem amplas oportunidades de investimento e parcerias entre empresas norte-americanas e brasileiras". Dilma disse que convidou Barack Obama a participar da conferência sobre desenvolvimento sustentável, a Rio+20, que será realizada no Brasil em junho. "Tenho certeza que a cooperação e nosso estreito relacionamento e parceria são importantes para nossos países, mas também para o desenvolvimento no século XXI, que se caracteriza como tema do Rio+20 - para a qual convidei o presidente Obama -, que é crescer e sermos capazes de conservar e proteger, que é a definição de desenvolviemtno sustentavel." Governo abertoA presidente brasileira também destacou a reunião do Open Government Partnership (OGP - Parceria para Governo Aberto), grupo que reúne diversos países liderados por EUA e Brasil, que será realizada no dia 17 em Brasília. "Consideramos a política de governo aberto essencial para o combate à corrupção, garantia de maior transparência e eficiência no gasto público, na medida que se melhora a possibilidade de avaliação e monitoramento. Eu considero que isso contribui também para fortemente ampliar a democracia em nossos países."
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