Em cadeia nacional de rádio e televisão, a presidenta Dilma Rousseff fez, na noite desta quarta-feira (3), uma convocação a todos os brasileiros para que se engajem no que chamou de "luta urgente" contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus Zika. Por meio de uma gravação em vídeo, exibida em todos os canais abertos de televisão, Dilma insistiu que o "principal instrumento" de combate ao mosquito é evitar o nascimento do inseto. No pronunciamento, ela disse que queria transmitir uma "palavra especial de conforto" às mulheres grávidas, garantindo que o governo federal fará "absolutamente tudo" para apoiar as crianças atingidas por microcefalia, malformação em bebês que está relacionada ao vírus.
"Convoco cada um de vocês para lutarmos juntos contra a propagação do mosquito transmissor do vírus Zika", invocou a presidenta, dizendo que o vírus se tornou uma "ameaça real aos lares de todos os brasileiros". "A guerra contra o mosquito transmissor do Zika é complexa, porque deve ser travada em todos os lugares e, por isso, exige engajamento de todos. Se nos unirmos, a maneira de lutar se torna simples. Não podemos admitir a derrota porque a vitória depende da nossa determinação em eliminar os criadouros", afirmou a presidenta.
Usando palavras como "repito" e "insisto" para enfatizar o apelo, Dilma pediu "cuidado contínuo" aos cidadãos: "em nossas casas, em nosso trabalho, nas nossas escolas, nos logradouros públicos, em todos os lugares, para que estes não se transformem em lares para o mosquito transmissor do vírus Zika".
"O governo está colocando todos os recursos financeiros, tecnológicos e humanos necessários nesta luta em defesa da vida", acrescentou a presidenta. Ela mencionou, em seguida, parcerias internacionais que o governo brasileiro tem feito para o desenvolvimento de vacina contra o Zika "o mais depressa possível". Uma das pesquisas já foi acertada com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Ações coordenadas
Embora tenha informado que mais de dois terços dos criadouros estejam nas residências, a presidenta disse que "todos os prédios do governo" serão inspecionados. Na mensagem, ela lembrou da ação que será feita no próximo dia 13, quando 220 mil homens das Forças Armadas percorrerão 356 municípios em busca de focos do inseto e para conscientizar os moradores.
"Vamos nos espalhar por todo território nacional e, junto com os agentes de endemia e de saúde, junto com você, vamos visitar o máximo possível de casas, para destruir os criadouros do mosquito." Dilma afirmou que precisara da ajuda de todos e, se dirigindo à população, pediu que colaborem e mobilizem famílias e a comunidade. "Formemos um grande exército de paz e de saúde, com a participação dos 204 milhões de brasileiros e brasileiras. Vamos provar, mais uma vez, que o Brasil é forte, tem um povo consciente e não será derrotado por um mosquito e pelo vírus que ele carrega."
MicrocefaliaAo se referir às "mulheres brasileiras, principalmente às mães e às futuras mamães", a presidenta disse querer transmitir uma palavra de conforto. "Faremos tudo, absolutamente tudo, que estiver ao nosso alcance para protegê-las. Faremos tudo, absolutamente tudo, para apoiar as crianças atingidas pela microcefalia e suas famílias."
No fim do ano passado, o Ministério da Saúde estabeleceu a relação entre o aumento da microcefalia no Nordeste do país e a infecção por Zika. Segundo Dilma, o governo federal está mobilizando as redes de saúde, de assistência e "todos os recursos necessários" para apoiar as famílias que conceberem crianças com microcefalia. "Por favor, ajudem-nos a lhes proteger".
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