O mundo mudou e o mercado de trabalho também. Diante de uma concorrência cada vez mais acirrada, conseguir uma oportunidade não é uma tarefa fácil. Assumir um cargo de chefia, então, é uma realidade para poucos. Mas, a situação é diferente para os profissionais recém-formados ou prestes a concluir o ensino superior. Grandes empresas, principalmente as multinacionais, estão selecionando jovens talentos para treiná-los a assumir cargos de liderança. São os conhecidos programas de trainees, que estão com mais de 1,7 mil vagas abertas hoje no Brasil (veja na página seguinte).
Os pré-requisitos variam de acordo com o cargo e a empresa, mas, em geral, são solicitados, no máximo, dois anos de formação ou conclusão do curso previsto para o final do ano. A Lojas Renner, que está selecionando 73 trainees, procura jovens maiores de 18 anos com curso de graduação completo, concluído entre dezembro de 2007 e julho deste ano. "Os candidatos também devem ter identificação com o varejo de moda, dinamismo e espírito de equipe, além de disponibilidade para mudanças ou viagens", acrescenta a diretora de Recursos Humanos (RH) da empresa, Clarice Martins Costa. Já os benefícios costumam ser bastante atrativos, com salários iniciais que ultrapassam os R$ 5 mil, além de rodízio pelos diferentes setores da companhia, garantia de um plano de carreira e ainda grande chance de virar chefe. Costa conta que 72% dos executivos da Renner são provenientes do programa de trainee. "Isso revela que nossos trainees recebem todas as ferramentas para desenvolver o lado profissional e chegar a altos cargos". SeleçãoDiante de tantas vantagens, os processos seletivos para trainee costumam ser extensos e concorridos, superando inclusive a concorrência de muitos vestibulares. A coordenadora do programa de trainee da Ernst & Young Terco, que está com vagas abertas para 900 trainees em 12 cidades brasileiras, incluindo Salvador, conta que na seleção do ano passado foram 64 mil candidatos para 1 mil vagas, ou seja, 64 pessoas para cada posto oferecido. Mas, o esforço vale a pena. "Como os trainees recebem uma grande carga de aprendizado, eles acabam sendo super assediados depois. O currículo desse profissional fica supervalorizado", pontua a coordenadora do programa de trainee da companhia, Rosana Echigo. Ex-trainee e atual gerente de recrutamentos da Ambev, a advogada Isabela Garbers, 26 anos, dá algumas dicas"Seja você mesmo. Haja com sinceridade e transparência", aconselha ela, que, em 2008, disputou com 54 mil candidatos uma das 32 vagas oferecidas pela companhia. Ela conta que das sete etapas da seleção, a última, a entrevista com os principais executivos da Ambev, foi a mais difícil. "Não pela performance, mas pelo nervosismo de estar frente a frente com o presidente da empresa que você sonha em trabalhar. Ele ainda te faz um monte de perguntas", diz ela, que mesmo depois de já ter tido várias promoções, não sossegou: "Mais lá na frente quero trabalhar no escritório global, que fica em Nova York".
Última seleção da Ambev teve 74 mil inscritos |
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