Existem cerca de sete mil tipos de doenças raras no mundo e, no Brasil, estima-se que mais de 13 milhões de pessoas convivam com o problema.
— As doenças raras existem e não podem ficar esquecidas. Para algumas há cura e centros especializados para o tratamento — ressalta Erika Bezerra Parente, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Ela observa que, por serem pouco comuns, essas patologias podem passar desapercebidas por médicos.
— A síndrome de cushing (níveis elevados de cortisol), por exemplo, pode se confundir com obesidade. Temos que conscientizar a todos para melhorar o diagnóstico — diz a médica.
O geneticista João Gabriel Daher explica que são doenças crônicas, progressivas, degenerativas, incapacitantes e, muitas vezes, fatais.
— Setenta e cinco porcento dessas doenças se manifestam em crianças. Por isso a preocupação em fazer o diagnóstico precoce, que pode trazer aumento da qualidade de vida dos pacientes —afirma o especialista do laboratório Lafe.
Ele cita os sinais aos quais é preciso prestar atenção nas crianças como, por exemplo, atraso cognitivo.
— Se demora a andar ou falar, tem alterações da face, como orelhas grandes demais ou testa proeminente, deve-se procurar um médico para avaliação — diz Daher.
Qualidade de vida após o tratamento
Queli Saraiva foi diagnosticada com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP), em fevereiro de 2015. Ela começou a ter muita falta de ar com qualquer tipo de esforço e se sentia muito cansada. Ao procurar um hospital, chegou a ser tratada como se passasse por uma crise de estresse. Queli estava no quarto mês de gestação quando foi diagnosticada corretamente.
— Ficamos muito preocupados porque a indicação é que a pessoa que tem essa doença, com maior incidência em mulheres, não engravide. Mas ela e o bebê conseguiram. Hoje, com tratamento adequado, com medicamentos vasodilatadores, a sobrevida aumenta. É uma vida de limitações. Mas passa a se viver quase normalmente — diz Rogério Rufino, pneumologista da UERJ e médico de Queli.
O diagnóstico da HAP é feita por ecocardiograma e, a seguir, com cateterismo cardíaco. O médico explica ainda que os remédios tratam os sintomas, mas não curam a doença, que é progressiva.
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Redação iBahia
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