Uma suposta epidemia causada por uma bactéria que se alastra rapidamente está trazendo enorme prejuízo à cadeia nacional de criação de equinos. A doença, chamada mormo, já levou ao sacrifício de 652 animais de raça nos últimos três anos, segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Um baque num mercado que em 2015 movimentou R$ 17 bilhões, conforme dados da Confederação Brasileira de Hipismo. Toda a cadeia, que inclui procriação, exposições, competições, venda e exportação, emprega 642 mil pessoas. E o Brasil tem uma tropa de 7 milhões de cavalos. O diagnóstico do mormo cabe ao Mapa, e, segundo os criadores, falhas e despreparo na maneira de fazer os diagnósticos estariam ocasionando o "sacrifício indiscriminado" de animais. Em razão disso, desde dezembro o Ministério Público Federal (MPF) está investigando a atuação do Mapa. Além de despreparo, os criadores acusam o Ministério de agir de forma negligente na condução do problema. Dizem que as decisões sobre animais a serem sacrificados se baseiam em exames feitos por laboratórios sem a devida certificação técnica. Apontam também, de acordo com denúncia ao MPF, irregularidades em "procedimentos do Mapa e órgãos executores estaduais". Veterinários especializados em equinos também rejeitam o modo como o Mapa diagnostica o mormo. O especialista José Rebouças cita, por exemplo, que 99% dos animais mortos pelo Mapa não tinham sinais da doença. Não há vacina nem tratamento, tornando necessário o sacrifício do animal comprovadamente contaminado pela bactéria responsável pela doença. Há, ainda, a preocupação com a Olimpíada do Rio. Na área em que haverá as competições de hipismo pelo menos um cavalo foi sacrificado com mormo. Para mitigar o problema, o Mapa criou um "vazio sanitário" em Deodoro, onde ocorrerão as competições.
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Redação iBahia
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