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Esposa usava terreiro de umbanda para desviar dinheiro do marido

De acordo com a família, idoso foi resgatado em uma cobertura do Rio de Janeiro desnutrido e com sinais de maus-tratos

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Redação iBahia

07/01/2019 às 11:22 • Atualizada em 28/08/2022 às 2:26 - há XX semanas
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Um esquema de lavagem de dinheiro montado pela esposa de um empresário carioca envolvendo um terreiro de umbanda foi descoberto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-BA). A mulher teria roubado todo o patrimônio do marido, avaliado em R$ 27 milhões. A denúncia foi ao ar durante o programa 'Fantástico' deste domingo (6).

De acordo com a investigação, Wilde Pinheiro de Lima, de 88 anos, era sedado pela esposa e induzido a transferir tudo o que possuía para ela. Wandrea Sobreiro, de 49 anos, vivia em uma cobertura no bairro da Barra, no Rio de Janeiro (RJ), com o idoso.

Foto: Reprodução/TV Globo

Foi neste local que Wilde, que era empresário do ramo de refrigerantes, foi encontrado e resgatados pelos policiais. Ele foi impedido de ter contato com a família durante cinco anos e ele foi encontrado na cobertura desnutrido e com sinais de maus-tratos. Apesar das denúncias, a esposa ainda mora na casa que é avaliada em R$ 3,5 milhões.

Como funcionava o esquema
Durante o programa 'Fantástico', a polícia afirmou que as transferências de dinheiro era realizadas como doações de um terreiro de umbanda.

De acordo com o MP-RJ, a mãe de santo do terreiro em questão, Genise Silva, recebeu dois depósitos no total de R$ 12 milhões em setembro de 2013, e havia a obrigação de repassar o valor para o terreiro umbandista Rompe Mato. Segundo o MP, esta esquema configurava uma lavagem de dinheiro.

"Então, uma das doações, pseudodoações, foi de R$ 12 milhões, sob o argumento que seriam R$ 7 milhões para Exu e R$ 5 milhões para Ogum, segundo consta. E por que ela fez isso? Ela arquitetou essa trama toda porque, se no final esse golpe fosse descoberto pelas autoridades, a percepção pela polícia, pelo Ministério Público, ela se colocaria como lesada, tanto quanto o senhor de idade. Ela seria vítima de um golpe religioso, teria sido ludibriada por uma pseudomãe de santo", afirmou o promotor do caso, Cláudio Calo.

A família do empresário procurou o Ministério Público e em 2016 Wandrea foi prestar depoimento à polícia. Neste momento, a família tirou o idoso do apartamento.

"Até que a gente foi com polícia, criminal, com delegado, com tudo. E ele estava todo urinado, imundo, mal nutrido. Uma coisa horrorosa (...) Tiramos ele de casa", disse a filhamais velha do empresário ao Fantástico.

Após ser resgatado, Wilde mora com a filha do primeiro casamento e é mantido por uma renda de R$ 10 mil que sai da conta da mãe de santo Genise.

"Ela transferiu todo o patrimônio dele. Ele não tem absolutamente nada na conta. Um sujeito que tinha seguramente, em 2013, uns R$ 21 milhões na conta. Não tem dinheiro nenhum, e hoje a Justiça autorizou que ele recebesse R$ 10 mil desse dinheiro bloqueado na conta dos
investigados nesse processo para que ele pudesse custear minimamente a vida com medicamentos e outras coisas básicas", explicou Cláudio Calo.

"O total desviado, eu acredito, que esteja estimado em torno de R$ 27 milhões. Na conta do terreiro, R$ 16 milhões. Na conta de outros denunciados, inclusive já tem denunciado que morou na comunidade da Rocinha que teve uma movimentação de R$ 5 milhões", contou o promotor.

Wilde e Wandrea começaram a se relacionar em 2011, após o idoso se separar da mulher com quem foi casado durante 30 anos.

"E fez isso com ele, deixou a família à parte. A gente não podia entrar aí, a gente não podia vê-lo. Aí, a gente ficou um ano e meio, dois anos e ela não deixando a gente ter acesso a ele", contou a filha do empresário ao Fantástico

"A coisa foi crescendo, essa dificuldade foi aumentando, até um dado momento em que eles não conseguiam mais encontrar com o pai", disse o advogado de Wilde, Marcus Crissiuma.

Segundo o advogado, os filhos do isso cogitaram uma interdição e a partir disso se deu uma investigação para entender se havia alguma procuração em nome de alguém. O Fantástico tentou entrar em contato com os suspeitos, mas ele não quiseram gravar com a equipe de reportagem.

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