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Estudante denuncia comentários racistas de professoras

Por meio de nota, a PUC-Rio informou não ter sido notificada sobre a situação da aluna

• 25/02/2015 às 17:53 • Atualizada em 28/08/2022 às 11:28 - há XX semanas

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A estudante do curso de Design de Moda da PUC-Rio, Gabriela Monteiro, de 26 anos, publicou uma texto no seu Facebook nesta quarta-feira (25) no qual diz ter sido alvo de comentários racistas feitos por duas professoras em sala de aula. Segundo Gabriela, as docentes teriam feito piadas e comentários sobre cabelo afro diante dela e toda a turma repetida vezes. Na postagem, a aluna e única negra da turma, descreveu três situações que passou. Os dois primeiros relatos contam as histórias contadas por uma professora diante de toda a turma. A docente, que também é coordenadora do curso, teria relatado um episódio em que foi ao cinema e sentou-se atrás de uma mulher com o cabelo afro parecido como dela. Durante a conversa, contada para aproximadamente 25 alunos que estavam na sala, a docente teria afirmado que era inconveniente ir ao cinema com seu cabelo em sua forma natural, pois ao sentar na poltrona em sua frente, o cabelo da mulher era um empecilho para visualizar a tela do cinema. "Em um primeiro momento não percebi a gravidade da declaração até minhas colegas de turma comentarem comigo o quão absurdo aquilo. Fiquei sem reação, e o desconforto de estar em sala de aula passou a ser uma realidade", contou.
Estudante denuncia comentários racistas de professoras sobre seu cabelo: 'Qual seu signo, Leão?'
Semanas depois a professora, identificada como Ana Luiza, voltou com o mesmo comentário perante a turma toda e teria se voltado para ela. "Ela disse que mais uma vez outra menina, com o cabelo similar ao meu havia se sentado em sua frente novamente, e dessa vez o inconveniente era tanto que a professora teve que mudar de poltrona para visualizar melhor a tela de cinema. Neste momento,não acreditei que ela estava repetindo a mesma história de forma tão natural, retruquei dizendo que o fato de ter cada vez mais mulheres de cabelo afro era uma coisa maravilhosa, já que em nossa sociedade existe uma ditadura da "chapinha", e o que aconteceu com ela era sinal de que as mulheres de cabelo crespo estão se libertando dessa ditadura", postou. Já a terceira situação sofrida pela aluna, Gabriela disse que se sentiu deslocada, desconfortável e retraída em sala de aula. Segundo a aluna, ela teria chegado em sala de aula com os cabelos soltos, e a professora estava dando orientação para uma aluna, ao perceber a entrada da estudante ela teria parado o que estava fazendo e fez a seguinte pergunta: ""Qual seu signo, Leão ?" e deu um risinho sínico". Após as situações, a estudante afirmou que não teria ficando à vontade para continuar frequentado as aulas com as professoras e foi reprovada nas matérias. "Fiquei tão chocada que não tive reação a essa pergunta preconceituosa. Durante todo o semestre não me senti confortável e à vontade para ir para as aulas, ou pra pedir qualquer orientação para desenvolver meu trabalho, mas eu estava presente nas aulas dos outros professores que colaboram pra essa matéria. O que me prejudicou claramente, talvez eu não devesse ter deixado, mas infelizmente essas situações me afetaram, e resultaram na repetência", contou. A estudante ainda disse que fez questão de expor o caso nas redes sociais e citou as professoras para que pudese garantir a credibilidade dos seus relatos. "Não tenho advogado e espero ao tornar todos esses fatos públicos, mobilizar pessoas que me apoiem em seguir em frente", comentou. Por meio de nota, enviada ao site 'O Globo", a PUC-Rio informou não ter sido notificada sobre a situação da aluna. "Uma vez acionada, a universidade cumpre o procedimento padrão de se instaurar uma sindicância interna de apuração, na qual todas as partes são ouvidas". Ainda segundo o texto, todas as medidas cabíveis podem ser tomadas. A instituição também informou que as professoras mencionadas pela aluna estão de férias.

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