Um grupo de estudantes de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa) viralizou nas redes sociais após realizarem um ato de masturbação coletiva durante uma partida de vôlei feminino. Partida aconteceu por um torneio universitário, em São Carlos, cidade do interior de São Paulo. Autoridades investigam o caso.
Apelidado pelos próprios alunos de "punhetaço", o episódio aconteceu em maio deste ano, durante a Copa Calo, entretanto, vídeos viralizaram só no último fim de semana e provocaram revoltas nas redes.
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Em um deles, é possível ver um grupo de alunos na plateia, com calções abaixados e pênis de fora, se masturbando enquanto jovens da Universidade São Camilo estão em quadra. Imagens correspondem a um campeonato que aconteceu entre abril e maio deste ano.
No domingo (17), o vídeo foi compartilhado no X pelo influenciador Felipe Neto, que tem 16,5 milhões de seguidores. Na postagem, o produtor de conteúdo cobrou um posicionamento da Universidade Santo Amaro, que ainda não se manifestou.
Olá @UnisaOficial - o Brasil está esperando o posicionamento de vcs quanto aos alunos de medicina q se masturbaram publicamente nos jogos universitários, cometendo crimes.
— Felipe Neto 🦉 (@felipeneto) September 17, 2023
A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?pic.twitter.com/5tg0Qxp3Eh
“Olá @UnisaOficial – o Brasil está esperando o posicionamento de vcs quanto aos alunos de medicina q se masturbaram publicamente nos jogos universitários, cometendo crimes. A faculdade não vai se pronunciar? Não vai fazer nada?”, questionou.
Nos mais de mil comentários que a publicação recebeu, várias pessoas relataram sentir "nojo" e "revolta" diante das imagens. “Imagina se você tem um problema grave de saúde e o médico que vai te operar fazia punhetaço em estádio”, ponderou um seguidor.
Ao Metrópoles, alunos da Universidade Santo Amaro afirmaram que a prática é considerada “normal” em eventos universitários do curso de Medicina.
“Tava todo mundo zoando. Não tem nada a ver com bater punheta. A ideia era mostrar o pau para a torcida rival, isso é normal em jogos de Medicina. Jogo de Medicina é como se fosse um outro universo. A gente sabe separar as coisas. Ninguém vai sair fazendo isso por aí”, afirma um aluno.
No período do Intermed, que aconteceu entre 7 e 10 de setembro, em Bauru, estudante da Unisa deram uma espécie de "volta olímpica" com as calças abaixadas e o pênis de fora. Este segundo vídeo, mais recente, também viralizou durante o fim de semana.
Ainda segundo os alunos, isso seria uma tradição dos jogos. A “volta olímpica” normalmente acontece durante a abertura do evento.
Investigação
Segundo informações do g1, a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos, no interior de São Paulo, passou a investigar os estudantes do curso de medicina da Unisa que participaram da ação. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que:
"Que assim que tomou conhecimento dos fatos, iniciou diligências para apurar o ocorrido. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São Carlos já iniciou as investigações para o total esclarecimento dos fatos".
A SSP não quis informar por quais crimes os estudantes estão sendo investigados. Ainda nesta segunda-feira (18), o Ministério da Educação (MEC) notificou a Unisa, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres). Órgão concedeu um prazo de 15 dias para que a universidade informe quais as providências tomadas diante da situação.
"Em relação ao episódio que envolveu estudantes do curso de medicina da Universidade de Santo Amaro (Unisa), durante partida de vôlei feminino, o Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), já notificou a instituição para apurar quais as providências tomadas pela Unisa em relação aos fatos ocorridos, sob pena de abertura de procedimento de supervisão e adoção de medidas disciplinares."
Posicionamentos
De acordo com informações do Metrópoles, a Universidade São Camilo, instituição que competiu contra a Unisa no torneio Calomed, que aconteceu entre abril e maio, em São Carlos, confirmou em nota que a Atlética do curso de Medicina participou da competição. Na ocasião, as estudantes da instituição disputaram um jogo contra a equipe da Unisa.
“Os alunos da Unisa, saindo vitoriosos, segundo relatos coletados, comemoraram correndo desnudos pela quadra. Não foi registrada, naquele momento, nenhuma observação por parte das nossas alunas referente à importunação sexual”, diz a nota.
Ainda segundo o Metrópoles, a instituição informou que nenhuma aluna da faculdade registrou ocorrência por atentado ao pudor.
A Associação Atlética Acadêmica José Douglas Dallora, do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, publicou uma nota de esclarecimento sobre o assunto. A organização afirmou que as imagens que viralizaram “não representam os princípios e valores” da associação.
“Não toleramos ou compactuamos com qualquer ato de abuso ou discriminatório”, diz a nota. A Atlética aproveitou a oportunidade para reiterar o “compromisso exclusivo com o esporte e seu incentivo dentro do ambiente acadêmico”.
Redação iBahia
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