Um estudo feito com dados fornecidos pelo Exército mostra que jovens brasileiros estão cada vez mais acima do peso durante a época do alistamento. Os dados foram reunidos pelo cardiologista e nutrólogo Daniel Magnoni, médico da Sociedade Brasileira de Cardiologia e responsável pelo Obesidade Zero, projeto que tem como objetivo eliminar a obesidade no Brasil. No estudo, foram analisados os índices de massa corporal (IMC) de jovens que entraram no Exército entre os anos de 1957 até 1991. Ao todo, o período reuniu os dados de 2,5 milhões de recrutas, a grande maioria no estado de São Paulo (82,1%). O IMC usa a altura e o peso das pessoas para saber quanto de gordura elas possuem. Valores acima de 25 indicam sobrepeso e superiores a 30 apontam obesidade. As medidas foram feitas durante a época do alistamento. Segundo Magnoni, houve um crescimento constante na média de peso dos jovens desde 1957, além do aumento do tamanho do calçado e da altura. Em 1960, somente 6,6% dos jovens que se alistavam no Exército estavam acima do peso. Trinta anos mais tarde, esse percentual passou para 15,5%. Menos de 1% dos recrutas eram obesos (com IMC acima de 30) em 1960 contra 2,8% em 1990. Para Daniel Magnoni, a pesquisa reforça a necessidade de controle do peso. “A sociedade precisa pensar a obesidade como doença, não como deformidade no espelho. O obeso não é saudável”, diz o médico. “Antigamente, a obesidade de tipo 3 [IMC acima de 40] sequer aparecia nos dados. Hoje já é uma realidade.” Ele aponta o sedentarismo e a alimentação muito calórica como principais fatores para o aumento gradativo na média de IMC entre jovens brasileiros, muito deles representados nas estatísticas do Exército no Brasil, onde o alistamento é obrigatório a partir dos 18 anos para homens. “Os dados estatísticos são verdadeiros, estamos cada vez mais obesos, mesmo entre o grupo daqueles que deveriam estar magros ou sempre estiveram historicamente”, diz Magnoni. Ainda que a rotina de exercícios promovida no Exército dê conta de reduzir o IMC dos recrutas durante o período militar, Magnoni não se esquece dos jovens não alistados e recomenda o aumento da atividade física e diminuição nas comidas calóricas, como no caso das merendas escolares.
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