Um acidente aéreo na Zona Norte de São Paulo matou o empresário e ex-presidente da Vale Roger Agnelli, 56 anos, e outras seis pessoas na tarde de sábado (19). A aeronave de pequeno porte caiu em sobre uma casa, já próximo ao Aeroporto do Campo de Marte, usado para aviação geral e executiva. . O acidente aconteceu às 15h23, após decolar às 15h20. Além da Agnelli, morreram o piloto, a mulher de Agnelli (Andrea), sua filha (Anna) e seu filho (João). O marido de Anna e a namorada de João completam a lista das vítimas do acidente. Os corpos foram levados à noite para o IML (Instituto Médico Legal).
Agnelli, 56, presidiu a Vale entre 2001 e 2011. Ele era considerado responsável pela ascensão da Vale ao posto de uma das maiores mineradoras do mundo. Segundo testemunhas, houve um barulho forte e em seguida a aeronave voou em direção a um sobrado de três andares. Havia cinco pessoas na casa, que escaparam pelos fundos do imóvel. Ninguém se feriu gravemente. Com o impacto, o avião, cheio de combustível, explodiu, o que causou uma nuvem de fumaça preta vista a quilômetros de distância. Segundo o major Hengel Ricardo Pereira, do Corpo de Bombeiros, o impacto contra o solo e a explosão carbonizaram os corpos das vítimas. Para se certificar de que eram sete os ocupantes do avião, os bombeiros precisaram contar o número de crânios, disse Pereira. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião modelo CA-9, prefixo PR-ZRA, é de Roger Agnelli e estava em situação regular. Trata-se de um avião experimental, trazido ao país pelo próprio Agnelli. A aeronave, um turbo-hélice, era considerada moderna por pilotos e tinha aparelhos de navegação de última geração. Três peritos do Seripa 4 (Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) foram ao local dos destroços. “Os corpos achados estavam dentro da fuselagem [do avião], muito prejudicados".
Testemunhas disseram que a aeronave voava mais baixo do que o normal para região. “Vi o avião passando e deu para perceber que ele estava mais baixo do que o normal. Aí ele perdeu altura e bateu na casa”, disse Toni Sargologos, 46, que trabalha com construção civil. A casa, de três andares, ficou queimada, assim como carros na garagem. Um vizinho ajudou no resgate dos moradores. “Eu estava dormindo. Acordei com um barulho. Fui pro quintal e vi o pessoal gritando, aí subi na escada e vi a casa vizinha atingida pelo avião”, contou Ciraco Portela Neto. Ainda de acordo com ele, uma das mulheres gritava, pedindo que salvasse o seu filho. Portela Neto conseguiu então resgatar a criança e ajudou as duas mulheres a sair da casa atingida pelo avião.
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