Acusado de aplicar golpes em mulheres que conhecia em sites de relacionamento, Paulo Cesar Dantas da Mota, de 43 anos, foi preso nesta terça-feira (26), em um bar na Barra da Tijuca, quando se encontrava com uma possível vítima.Segundo informações do jornal O Globo, Paulo Cesar geralmente buscava mulheres com poder aquisitivo médio ou alto com intenção de se passar por médico, mesmo sem ter concluído qualquer curso superior. O método do suspeito consistia em ganhar a confiança das vítimas para, então, usar o cartão de crédito delas.
Segundo policiais da 32ª DP (Taquara), Paulo Cesar se apresentava como cirurgião plástico. Havia, contra ele, mandado de prisão preventiva por 37 crimes de estelionato, além de apropriação indébita, exercício ilegal da profissão e violência sexual mediante fraude, ou seja, aquela em que a pessoa mente para levar a outra a fazer sexo com ela. "Nos sites de relacionamento, ele procurava mulheres com idades entre 40 e 50 anos, com situação econômica boa. Ele ganhava a confiança delas e aplicava os golpes", afirmou o delegado Fábio Asty.
A polícia acredita que Paulo Cesar, solteiro e sem filhos, aplicava o golpe há cinco anos. Sua prisão aconteceu graças a uma das vítimas, que procurou a 32ª DP depois de ter sido lesada pelo suposto golpista. A mulher de 45 anos contou na delegacia que fez uma cirurgia nos olhos e deu R$ 6 mil para o falso médico pagar o anestesista. Paulo Cesar, porém, segundo ela, pegou o dinheiro e passou um cheque sem fundos. A vítima disse que não desconfiou que se tratava de um falso médico, porque o encontrou de jaleco na porta da emergência de hospitais.
A mulher teria dado ainda a senha de seu cartão de crédito para Paulo Cesar comprar remédios para ela, mas o falso cirurgião teria ido ao shopping e feito 37 compras consecutivas, no valor de R$ 9 mil. A partir desse caso, a polícia iniciou a investigação, que durou 45 dias. Outras quatro vítimas também foram identificadas pelos policiais. Na tarde desta terça-feira, mais duas mulheres procuraram a delegacia para dar queixa contra o homem.
Busca e apreensãoAinda segundo o delegado Fábio Asty, durante a investigação eles cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Paulo Cesar, na Barra. Foram encontrados um carimbo falso de médico com as iniciais do investigado, receituários de remédios controlados, um atestado falsificado, um contrato de abertura de conta-corrente datado de abril de 2015 em nome do pai do suspeito, falecido há 13 anos, além de objetos comprados com o cartão de crédito de uma das vítimas, como perfumes, roupas, calçados e óculos escuros.
"Ele não usava de violência. Ganhava tudo na conversa. Em um dos casos, chegou a examinar o silicone da irmã de uma das vítimas para satisfazer a sua libido. Na delegacia, negou tudo. Disse que encontrou os carimbos com o nome dele e o número do CRM de um outro médico", disse o delegado.Além dos supostos golpes, Paulo Cesar vivia da renda de aluguéis de imóveis da família. Se for condenado pelos crimes, poderá ficar até 20 anos preso.
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