Como alternativa para substituir os cubanos que estão de saída do programa Mais Médicos, o Ministério da Saúde está analisando atrair profissionais brasileiros que se formaram graças ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Eles ingressariam no programa e, em troca, abateriam parte da dívida. A proposta será levada à equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro, e, caso se concretize, ainda não há um modelo fechado de como isso ocorrerá.
O Fies foi instituído em 2001 e concede financiamento a estudantes em cursos superiores pagos. Depois de formados, eles têm que pagar o empréstimo. A forma como os participantes do Mais Médicos teria sua, dívida abatida não foi definida. Não se sabe ainda, por exemplo, se haverá um desconto nos R$ 11.865,60 pagos todos os meses aos médicos. Ou se escolherá outra forma de abater o financiamento.
Para a medida entrar em vigor, também será necessário conversar com o Ministério da Educação (MEC), uma vez que o Fies é um programa da pasta. Também não está claro ainda se será possível promover a mudança no Mais Médicos por meio de um decreto ou se será preciso aprovar uma lei.
Nesta sexta-feira, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, falou rapidamente sobre o assunto duas vezes em eventos em Duque de Caxias (RJ) e em São José dos Campos (SP), mas não entrou em detalhes. — Nós devemos ter uma reunião, acho que na próxima semana, com a equipe de transição, e uma das propostas que nós vamos apresentar é essa, como outras propostas que estamos trabalhando, não só na questão do programa Mais Médicos, mas também de outras questões do Ministério da Saúde — afirmou Occhi pela manhã em Duque de Caxias.
À tarde, em São José dos Campos, o ministro disse: — Não temos ainda uma definição. O que nós estamos pensando é: nós temos vários alunos formados ou vários profissionais formados através do financiamento estudantil do ensino superior e estamos trabalhando com algumas alternativas que queremos levar à equipe de transição. Nós já tínhamos isso dentro do nosso escopo de propostas para o novo governo. Essa e outras propostas com relação à área da saúde e dos médicos nas cidades brasileiras. Vamos tratar isso com a equipe de transição.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, afirmou que conversou sobre o assunto com o ministro Gilberto Occhi, mas disse que não foram apresentados detalhes. — Ele (Occhi) me falou ontem por telefone, e nós vamos conversar na segunda-feira sobre esse cenário. O intuito é sensibilizar os (médicos) brasileiros. Ele falou que seria abatendo na dívida, mas foi uma conversa rápida — disse Junqueira.
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Redação iBahia
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