Os governadores do Nordeste estão empenhados com o ajuste fiscal que está sendo promovido pelo governo federal e pretendem trabalhar com os parlamentares dos seus respectivos estados para que as matérias que tramitam no Congresso Nacional sejam aprovadas. Essa foi uma das posições assumidas pelos nove chefes dos Executivos estaduais nordestinos, após se reunirem, pela manhã, em um hotel em Brasília e, depois, na parte da tarde, com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (25).
De acordo com o governador do Maranhão, Flávio Dino, primeiro se encontraram separadamente com as bancadas dos seus estados e, em seguida, com governadores, senadores e deputados do Nordeste. “Vamos convidar todos, independentemente do partido, para que possamos debater o ajuste e definir a nossa posição, e deixar claro a posição dos governadores de apoio às medidas de ajuste fiscal. Precisamos substituir a atual agenda política e econômica do país pela construção do cenário futuro. É por isso que afinamos com a presidenta a questão do financiamento da saúde, da segurança pública”, disse.
Além do ajuste fiscal, os governadores defenderam o acesso a financiamentos internos e externos e a continuidade de obras que geram empregos nos estados, como as dos programas de Aceleração do Crescimento e Minha Casa, Minha Vida. Segundo o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, na reunião com Dilma, ela garantiu que não vai haver paralisação de nenhuma obra, particularmente as que fazem parte da infraestrutura hídrica da região. “Você não pode parar porque quando você desmobiliza uma obra, a empresa dá baixa na carteira dos trabalhadores, até que ela vai novamente funcionar, você gasta muito mais”, afirmou.
Após a reunião, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse que a demanda quanto aos financiamentos poderá voltar a ser discutida em junho, quando provavelmente as medidas de ajuste fiscal que tramitam no Congresso já terão sido apreciadas. “Os governadores deram destaque à possibilidade de financiamento junto a organismos internacionais, como Banco Mundial e BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento]. São financiamentos cujos contratos são muito lentos, os procedimentos em geral demoram pelo menos um ano. O que eles querem é dar início à tramitação dessas matérias que evidentemente viriam num cenário futuro, pós-ajuste”.
Para Coutinho, há uma espécie de “bom senso” para entender a situação atual. “Sabemos também que estamos ajudando a transpor essa situação. É preciso o Congresso definir qual vai ser o tamanho do ajuste. A partir disso, vamos sentar para dialogar e como planejar. Cada financiamento virá do tamanho que o estado possa [contratar]”. Ainda em resposta aos governadores sobre o financiamento da Petrobras, Mercadante comentou a expectativa de que a Petrobras registre o seu balanço com perdas e ganhos da estatal referente a 2014. “Esse fortalecimento da produção e a regularização da parte do balanço, que é o que assegura financiamento e o risco da empresa, deve ser regularizado em breve e é isso que vai dar segurança”, afirmou.
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