A gravadora Azul Music, empresa fundada em 1993 com mais de 20 milhões de CDs vendidos, apresenta ao mercado uma proposta inovadora e que promete revolucionar a distribuição de direitos autorais no país: o MusicDelivery oferece serviços de sonorização ambiental para estabelecimentos comerciais, tais como lojas, restaurantes, hotéis e spas, com isenção das taxas de execução pública cobradas pelo ECAD e melhor arrecadação para os artistas envolvidos.
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O diretor executivo do MusicDelivery, Laurent Fleury: "Nossa proposta apresenta ao mercado um modelo de negócios onde todos ganham" |
A ideia da gravadora é o seguinte: através de planos de assinatura e licenças de uso, o MusicDelivery disponibilizará aos estabelecimentos uma programação personalizada, de acordo com o perfil de cada negócio.
Veja também: "Desde o governo Collor, o Ecad ficou sem regras", diz ex-ministro da Cultura A programação poderá ser acessada online ou através de mídias físicas como pen- drives ou DVDs. Mas o maior atrativo é mesmo a economia: praticará preços até 50% inferiores aos valores que os estabelecimentos usualmente pagam ao ECAD. Segundo Laurent Fleury, o projeto do MusicDelivery nasceu por uma limitação operacional existente no sistema de distribuição do ECAD: “No caso da sonorização ambiental, classificada como ’distribuição indireta’ o ECAD utiliza um critério de amostragem baseado nas 650 músicas mais tocadas nas rádios, por entender que estabelecimentos como bares, restaurantes, hotéis e lojas comerciais, tocam músicas provenientes da sintonização de aparelhos de rádio e televisão, o que é bem distante da realidade. Muitos estabelecimentos contratam DJs ou empresas para customizar sua sonorização e as transmitem via Ipod, players, computadores etc. não necessariamente via rádios comerciais”. E o executivo esclarece: “Isso faz com que milhares de compositores, intérpretes e músicos não recebam a retribuição devida pela execução pública de suas músicas em sonorizações ambientais, pelo fato de não estarem entre os ‘top 650’ das rádios”. O ECAD retém 17% do montante arrecadado, repassa mais 7,5% para as 9 sociedades autorais existentes no país e redistribui o restante entre os titulares das 650 músicas mais tocadas. Ou seja, quem tem uma música entre as mais executadas nas rádios e TV, acaba recebendo um significativo adicional de valores, que deveriam estar sendo pagos a outros.
O objetivo é oferecer um repertório adequado ao cliente, cobrar sem intermediários e repassar diretamente aos compositores |
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O produtor Edson X: “É um momento importante para o músico e compositor brasileiro” |
Para os artistas a proposta do MusicDelivery soa como “música para os ouvidos”, uma ótima notícia, como atesta o produtor Edson X, responsável pelas séries de CDs ‘Buddha Lounge’ e ‘Eletrobossa’, entre outros trabalhos na linha ‘ambient music’. “Meus amigos sempre comentam que ouvem minhas músicas em alguma loja, supermercado ou hotel... Fico contente por estarem utilizando minhas músicas, é uma prova de que meu trabalho está sendo reconhecido, mas fico na esperança de receber os direitos desse tipo de execução, o que até hoje não aconteceu”.
O MusicDelivery destinará 21% aos titulares de direito, proporcional ao número de faixas utilizadas nas programações musicais |
Como participar?Artistas, gravadoras ou editoras que quiserem fazer parte do MusicDelivery deverão entrar em contato através do site www.musicdelivery.com.br ou pelo e-mail
[email protected]. O material enviado será avaliado pela diretoria artística e uma vez aprovado, será cadastrado e disponibilizado aos clientes”.