icone de busca
iBahia Portal de notícias
CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
BRASIL

Hidrogel: entenda como funciona o produto no corpo

Produto ficou conhecido após a modelo Andressa Urach ter sido internada em estado grave

foto autor

07/12/2014 às 8:51 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:06 - há XX semanas
Google News iBahia no Google News
Desde que a modelo Andressa Urach foi internada para tratar um quadro infeccioso grave, no último dia 1º, causado pelo uso do preenchedor hidrogel nas coxas, o uso indiscriminado de procedimentos estéticos voltou a ser discutido. As novidades no mercado são muitas e prometem, em pouco tempo, promover melhorias significativas na aparência, no entanto, a pressa em conseguir resultados e a falta de orientação tornam esses produtos verdadeiras armadilhas para a saúde. Mal aplicados, eles podem comprimir nervos, músculos, causar alergias e quadros infecciosos severos como o que acometeu a apresentadora e Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, que morreu após fazer uma aplicação da substância, em Goiânia.

De acordo com o cirurgião plástico Tiago Amoedo, a despeito de ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), o uso desse preenchedor só é seguro se feito em pequenas quantidades que vão, no máximo, até 10 ml. A aplicação é feita para finalidades bem específicas como a correção de uma ruga, cicatriz ou mesmo para uniformizar pequenas áreas da pele ou celulites. Aliado a isso, o médico explica que esse preenchedor possui um prazo de validade de cinco anos, no máximo; o procedimento precisa ser realizado por meio de cânulas ao invés de agulhas, para não haver o risco do produto acertar um vaso e provocar um trombo e, consequentemente, um quadro de embolia. “Aplicar 500 ml de hidrogel em grandes áreas é um risco enorme, no caso da modelo, além dos procedimentos apontarem para um mau uso, ela possui um histórico de ter usado um outro preenchedor, o polimetilmetacrilato (PMMA), anteriormente, fato que pode ter contribuído para potencializar o quadro infeccioso”, esclarece o cirurgião, lembrando que desde que foi comercializado como preenchedor, o PMMA não se mostrou seguro, pois o organismo não absorve a substância e o risco de rejeição pelo organismo – que identifica a substância como um corpo estranho – é muito grande, levando perigo à saúde e à integridade física. O cirurgião também chama atenção para o fato de que muitos desses procedimentos são realizados em locais sem estrutura cirúrgica. “Qualquer procedimento invasivo precisa ser realizado por um médico, num espaço com uma estrutura que garanta o socorro e a assistência ao paciente, caso algo saia errado”, explica o profissional, ressaltando que muitas pessoas optam por procedimentos mais baratos e ignoram que a economia pode custar a própria vida. Aliado a isso, ele lembra que esse tipo de procedimento precisa contar com acompanhamento médico pós-procedimento. ReaçõesCom uma opinião parecida, a dermatologista Andréa Botto ressalta que tanto o hidrogel e o PMMA estão ultrapassados e que ambos podem levar a quadros alérgicos ou infecciosos, além de causar mutilações, seja pela necrose de áreas como o nariz, face ou qualquer outro ponto, ou pela adesão dessas substâncias aos músculos e nervos . “Hoje, existem procedimentos mais seguros, feitos com preenchedores temporários, como o ácido hialurônico, que são absorvidos pelo organismo após um tempo”, pontua.

Andréa Botto lembra que as reações alérgicas ou infecciosas são maiores quanto maior for o tempo que essas substâncias estranhas permaneçam no organismo. “A reação do corpo a essas substâncias é tardia e pode começar só algum tempo depois”, esclarece, lembrando que nessas situações, o organismo também pode formar uma cápsula ao redor desses produtos, e o resultado desse processo é o crescimento de nódulos, que só podem ser removidos cirurgicamente.

Leia também:

Foto do autor
AUTOR

AUTOR

Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!

Acesse a comunidade
Acesse nossa comunidade do whatsapp, clique abaixo!

Tags:

Mais em Brasil