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Investidores brasileiros perdem cerca de R$ 60 mil após falência de corretora de criptomoedas

Companhia chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões em valor de mercado e tinha 1,2 milhão de usuários registrados.

Redação iBahia • 13/12/2022 às 16:51 - há XX semanas

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					Investidores brasileiros perdem cerca de R$ 60 mil após falência de corretora de criptomoedas

Imagine ter um dinheiro investido em uma corretora de criptomoedas e, do dia para noite, você deixar de ter acesso a esse valor. Foi o que aconteceu com pessoas de todo o mundo que investiram FTX, que abriu processo de falência no último mês. Na segunda-feira (12), Sam Bankman-Fried, fundador da corretora, foi preso.

A companhia chegou a ser avaliada em US$ 32 bilhões em valor de mercado e tinha 1,2 milhão de usuários registrados.

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Com o fechamento da corretora, que funcionava como uma bolsa para transações entre diferentes criptomoedas - como bitcoin e ethereum - ou para converter dinheiro convencional em criptos (e vice-versa), o baiano Nélio Castro, gestor de projetos web, perdeu cerca de 10 mil dólares.

Nélio começou a investir em criptomoedas em 2015, mas a partir de 2018 passou a colocar mais dinheiro neste tipo de investimento. A decisão de pôr um determinado valor na FTX foi tomada após pesquisas e recomendações.

"Acabei optando pela FTX, que era uma empresa com operações Estados Unidos, com sedes em outros países e que se tornou a segunda maior corretora do mundo. Mas não foi não só por isso, mas por indicações de especialistas, experts, YouTubers, todo mundo dizendo que valia a pena e todo mundo acreditando mesmo, além de ser muito fácil fazer as operações e as taxas eram praticamente zero para a transferência bancárias", explicou ao iBahia.

O gestor de projetos web conta que o planejamento era retirar o dinheiro no final do ano para comprar um carro e pagar as mensalidades antecipadamente da escola das duas filhas, mas não deu tempo.

"No dia foi desesperador, porque é um trabalho que eu venho guardando desde 2015. Eu acho que eu só não fiquei assim totalmente devastado porque a grande parte não estava lá exatamente, eu tinha tirado muito de lá, já tinha guardado uma parte, tinha guardado na minhas carteiras frias, então eu só deixei lá o que eu estava operando de fato", lembrou.

O peruano Diego Ezeta, que vive no Brasil há dois anos e tem nacionalidade brasileira, também passou pela mesma experiência. Ele estima que perdeu cerca de 12 mil dólares que estavam investidos na FTX.

"Eu estava estava bem amargurado. Graças a Deus não foi ainda mais dinheiro. Como eu colocava dinheiro lá para mexer nos próximos 10, 15 e 30 anos, não era um dinheiro que eu não estava usando para pagar nada, eu estava investindo. Se voltar, nada mudou. Se voltar, será ótimo. É a única coisa que me deixa menos triste, porque está completamente fora das minhas mãos", relata.

A possibilidade de ter o dinheiro de volta ainda existe, mas tanto Nélio quanto Diego acreditam que é uma chance pequena. "A gente não conseguiu sacar, até tentei no dia efetuar o saque, cheguei afetuar um saque, a plataforma confirmou, recebi e-mail de confirmaçã. Tenho um print de todas as telas das operações, tudo guardado, porque há uma mínima esperança de que algum dia, pode ser que a gente consiga reaver alguma coisa disso, mas parece muito pequena", pondera Castro.

Investimento continua

Apesar da perda, os investidores continuam acreditando na criptomoeda. Ezeta diz que passou a investir em corretoras regulamentadas pelo governo americano e Nélio segue com "carteiras frias" - que são bolsas ou carteiras digitais onde você pode armazenar e gerenciar seu dinheiro, neste caso, criptomoedas.

"Eu tenho os ativos e dentro dessas carteiras digitais não há condições nenhuma de nenhuma corretora ou de hacker ou de qualquer que seja tomar esses ativos, então a medida que eu preciso desse dinheiro eu realizo [as operações] e aí sim obrigatoriamente eu tenho que passar por uma corretora, porque eu tenho que oficializar esse dinheiro quando ele entra", explicou.

Prisão

A FTX ganhava força como uma plataforma grande no mundo dos investimentos em cima do carisma do diretor-executivo (CEO) e fundador, Sam Bankman-Fried, de 30 anos.

Bankman-Fried foi aluno do prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT) e construiu uma imagem de "garoto de ouro" que poderia representar o futuro do mercado financeiro. SBF entrou na lista 30 Under 30 da revista Forbes das 30 pessoas mais bem-sucedidas que têm menos de 30 anos.

Ele foi preso pelo governo das Bahmas na segunda (12). De acordo com informações do comunicado oficial emitido pela procuradoria-geral do estado, os Estados Unidos apresentaram acusações criminais contra ele.

“Como resultado da notificação recebida e do material fornecido com ela, foi considerado apropriado que o procurador-geral solicitasse a prisão de SBF e o mantivesse sob custódia de acordo com a Lei de Extradição de nosso país”, diz o comunicado, atribuído ao procurador-geral Ryan Pinder.

“No momento em que um pedido formal de extradição for feito, as Bahamas pretendem executá-lo prontamente, de acordo com a lei das Bahamas e suas obrigações de tratado com os Estados Unidos”, completou ele.

Promotores dos EUA investigam como os recursos mantidos pela operadora de exchange cripto foram transferidos para fora dos EUA enquanto o grupo seguia para falência, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto ouvida pela Bloomberg. Também analisam se a FTX utilizou recursos dos clientes para aplicações próprias, entre outras irregularidades.

Os EUA buscam informações sobre como FTX enviou dinheiro para fora do país sendo que a empresa declarou falência no dia 11 de novembro.

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