O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou nesta sexta-feira (4) uma errata sobre a pesquisa 'Tolerância social à violência contra as mulheres', divulgada no último dia 27. O estudo causou polêmica ao apontar que 65,1% dos entrevistados concordavam com a afirmação "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" (42,7% concordaram totalmente com a afirmação e 22,4% parcialmente). O instituto pediu desculpas e corrigiu dois erros nos resultados da pesquisa. "O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar e Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", diz o texto. Na errata, o Ipea ainda informa que o diretor de Estudos e Políticas Sociais do instituto pediu sua exoneração assim que o erro foi detectado. Em relação à segunda frase, que gerou mais polêmica, a concordância parcial ou total foi bem menor: o dado correto é que 26% concordam com a afirmação, sendo 12,8% parcialmente e 13,2% totalmente. Já em relação à primeira frase, a concordância parcial ou total foi bem maior (65,1%), sendo 22,4% parcialmente e 42,7% totalmente. O Ipea também corrigiu outro par de questões cujos resultados foram invertidos. Sobre a frase 'O que acontece com o casal em casa não interessa aos outros', 13,1% dos entrevistados discordaram totalmente, 5,9% discordaram parcialmente, 1,9% ficou neutro (não concordou nem discordou), 31,5% concordaram parcialmente e 47,2% concordaram totalmente. Já diante da frase 'Em briga de marido e mulher, não se mete a colher', 11,1% discordaram totalmente, 5,3% discordaram parcialmente, 1,4% ficaram neutros, 23,5% concordaram parcialmente e 58,4% concordaram totalmente. "A correção da inversão dos números entre duas das 41 questões da pesquisa enfatizadas acima reduz a dimensão do problema anteriormente diagnosticado no item que mais despertou a atenção da opinião pública", diz outro trecho do texto. O Ipea informa que os demais resultados se mantêm, a exemplo da concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros, e que as conclusões gerais da pesquisa continuam válidas. "Pedimos desculpas novamente pelos transtornos causados e registramos nossa solidariedade a todos os que se sensibilizaram contra a violência e o preconceito e em defesa da liberdade e da segurança das mulheres", encerra o texto.
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