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Juiz que decretou prisões diz que empreiteiras formavam cartel

O esquema reunia um cartel formado pelas maiores empreiteiras brasileiras, que combinavam o resultado de licitações para obras da Petrobras

• 16/11/2014 às 14:15 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:58 - há XX semanas

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O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelo processo da Lava Jato, afirmou no despacho que autorizou as prisões efetuadas na sexta-feira (14) que a corrupção na Petrobras pode ter provocado danos bilionários à estatal e aos cofres públicos. De acordo com Moro, o esquema reunia um cartel formado pelas maiores empreiteiras brasileiras, que combinavam o resultado de licitações para obras da Petrobras. Nessas concorrências, as empresas cobravam preço máximo e depois distribuíam propina em valores correspondentes a 2% ou 3% do contrato. Deflagrada pela Polícia Federal em março, a Lava Jato investiga um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou R$ 10 bilhões e desviou recursos da estatal. Em notas divulgadas anteontem, após as prisões de vários de seus executivos, algumas das principais empreiteiras do país negaram participação em irregularidades e se colocaram à disposição das autoridades. Danos De acordo com o documento do juiz, parte da suposta propina era repassada ao doleiro Alberto Youssef, suposto chefe do esquema, que transferia o dinheiro a agentes públicos (pessoas que trabalhavam na Petrobras ou políticos). “Tomando-se os valores milionários ou bilionários destes contratos, os danos sofridos pela empresa estatal, cujo acionista majoritário é a União Federal e, em última análise, o povo brasileiro, atingem milhões ou até mesmo bilhões de reais”, diz Moro no texto. No despacho, ele afirma que as investigações identificaram “quatro grupos criminosos dedicados à pratica de lavagem de dinheiro e crimes financeiros no âmbito do mercado negro de câmbio”. Esses grupos seriam liderados pelos supostos doleiros Carlos Habib Chater, Alberto Youssef, Nelma Mitsue Penasso Kodama e Raul Henrique Srour. O magistrado informou ainda que a cadeia do esquema ficou clara com a descoberta das relações de Youssef com o ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, ambos presos em fases anteriores da operação. Lista de presos na sétima fase da Operação Lava Jato sobe para 23 Com as prisões de três executivos da Camargo Corrêa, o número de detidos na 7ª fase da Operação Lava jato chega a 23. Os presos pertencem a algumas das maiores empreiteiras do país. Os executivos da Camargo Corrêa detidos são: João Auler, Dalton Avancini e Eduardo Leite. Da OAS foram presos José Ricardo Nogueira Breghirolli, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Mateus Coutinho de Sá Oliveira, Alexandre Portela Barbosa, José Aldemário Pinheiro Filho. Da Mendes Júnior, Sergio Cunha Mendes. Da Engevix estão detidos Gerson de Mello Almada, Carlos Eduardo Strauch Albero e Newton Prado Júnior. Da UTC, Ednaldo Alves da Silva, Ricardo Ribeiro Pessoa e Walmir Pinheiro Santana. Da Iesa, Otto Garrido Sparenberg, Valdir Lima Carreiro. Da Queiroz Galvão estão Othon Zanoide de Moraes Filho e Ildefonso Colares Filho. E Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia. A lista se completa com o diretor da Petrobras Renato Duque e com pessoas ligadas a Alberto Youssef: Jayme Alves de Oliveira Filho e Carlos Alberto da Costa Siva. Ministro acusa oposição de criar ‘terceiro turno’ O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, concedeu, ontem, entrevista coletiva em São Paulo na qual disse “repelir com veemência” o que classificou como tentativa da oposição de “criar um terceiro turno” eleitoral ao usar politicamente os resultados da Operação Lava Jato. “O governo não aceitará intimidações”, disse o ministro, que tem a PF sob seu comando. “Muitas vezes há aqueles que ainda acham que estamos em um disputa eleitoral. Talvez não tenham percebido que o resultado das urnas já foi dado”, afirmou. Sem citar nomes ou partidos, o ministro da Justiça disse que querem “traduzir em uma disputa eleitoral extemporânea uma investigação que é “defendida pelo governo” e “garantida com recursos e autonomia”. “Eu repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação e tentar carimbar forças políticas A,B,C ou D para que se possa ter um prolongamento dos palanques eleitorais (...) a democracia prevê o momento certo para as eleições”. PSDB O presidente nacional do PSDB e candidato a presidente derrotado por Dilma Rousseff (PT), senador Aécio Neves (MG), reagiu às acusações do ministro da Justiça, de que a oposição quer transformar a sétima etapa da Operação Lava Jato num terceiro turno eleitoral. Sem citar o nome do ministro, Aécio disse que é o governo federal que está tentando dar uma conotação política às investigações. Em nota, o tucano “lamenta” essa posição do governo e diz que o PSDB cobra a “rigorosa apuração do escândalo”. “O PSDB lamenta que, neste momento, o governo federal, através de suas autoridades, insista em tentar dar tratamento político a um caso que é, eminentemente, de polícia. O PSDB reitera a posição de defesa intransigente da rigorosa apuração do maior escândalo de corrupção da história do país, através da Operação Lava Jato”, disse o senador em texto distribuído pouco depois da entrevista de Cardozo. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) também refutou as declarações de Cardozo. “Ninguém está explorando eleitoralmente, que eu saiba. O Brasil está estarrecido com a profundidade do que aconteceu. É muito dinheiro. é muita gente envolvida”, disse, após participar de um evento na cidade de São Paulo. Entenda a Operação Lava Jato O que é a Operação Lava Jato? É o conjunto de investigações sobre denúncias de irregularidades em contratos da Petrobras com empreiteiras que envolveriam ainda pagamento de propinas a funcionários públicos e a agentes políticos e esquemas de lavagem de dinheiro com a utilização de contas bancárias em paraísos fiscais. As apurações são conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no Paraná. O inquérito judical está sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro. Quando a Operação começou e em que fase está? A Lava Jato foi deflagrada em março deste ano, quando a PF prendeu o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Documentos apreendidos já indicavam a existência de contratos superfaturados entre a Petrobras e diversas empreiteiras, pagamento de propinas e uso de contas bancárias no exterior. O nome de alguns políticos já apareceram desde aquele momento, entre eles os dos deputados federais Luiz Argolo (SD-BA) e André Vargas (PR), que, por causa do escândalo, teve de se desligar do PT. Como as investigações avançaram de março até agora? Basicamente por conta dos acordos de delação premiada feitos pelo MPF com Costa e Youssef. Pelo acordo, os réus contam o que sabem em troca de uma pena menor. A partir dos depoimentos, os investigadores tentam coletar provas materiais e abrem novas frentes de apuração para desvendar outros esquemas de corrupção na Petrobras e responsabilizar corruptos e corruptores.Matéria original Correio24horas: Juiz que decretou prisões diz que empreiteiras formavam cartel

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