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Marcha contra a Corrupção em Brasília reúne menos público

Clima, feriado emendado com o fim de semana e demora das autoridades em liberar o carro de som do movimento para acompanhar os manifestantes são justificativas

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07/09/2012 às 21:00 • Atualizada em 03/09/2022 às 6:18 - há XX semanas
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Mesmo com sol forte e baixa umidade relativa do ar, milhares de pessoas, sobretudo jovens, participaram, na Esplanada dos Ministérios, da Marcha contra a Corrupção. Em sua quarta edição, o ato reuniu menos gente que em anos anteriores. No ano passado, por exemplo, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), a marcha reuniu 25 mil pessoas em movimento pacífico. A redução do número de participantes foi atribuída pelos organizadores, entre outros motivos, como o clima e o feriado emendado com o fim de semana, à demora das autoridades em liberar o carro de som do movimento para acompanhar os manifestantes. Eles contavam com o carro de som para atrair parte do público que acompanhava o desfile oficial do Sete de Setembro, realizado do outro lado da avenida. De acordo com Cláudia Cunha, uma das organizadoras do Movimento Brasil contra Corrupção (MBCC), já se esperava que a marcha atraísse menos gente, em razão do calor e do clima seco dos últimos dias. Mas, para ela, a “proibição” de que o movimento usasse o carro de som resultou em um número ainda menor que o esperado. Inicialmente, o carro de som foi impedido de seguir junto com os manifestantes que se concentravam entre o Museu da República e a Biblioteca Nacional, o que não ocorreu em anos anteriores. Quando o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) autorizou a saída do veículo, os manifestantes haviam alcançado a Praça dos Três Poderes e o desfile oficial já havia terminado.
A IV Marcha Contra a Corrupção, organizada pelo Movimento Brasil Contra a Corrupção (MCBB), reuniu manifestantes de todas as idades em Brasília
De acordo com Cláudia, a proibição partiu da Presidência da República e, na sua avaliação, serviu para desmobilizar os protestos contra a classe política. “Fomos proibidos pela Presidência de descer [o Eixo Monumental com o carro de som] para ajudar a movimentar a marcha e, inclusive, apoiar a segurança dos participantes”, disse ela à Agência Brasil. “Isso com certeza diminuiu a adesão popular à marcha. Sem o carro de som, muitas pessoas que estavam do outro lado do Eixo Monumental não ficaram sabendo do movimento e foram embora assim que o desfile acabou”, acrescentou Marcos Freire, outro dos organizadores do MBCC. De acordo com o coronel da Polícia Militar, Jailson Ferreira Braz, responsável pelo policiamento da área, o carro de som foi impedido de avançar devido a um acordo entre o governo do Distrito Federal e a Presidência da República para garantir a segurança da população. “Temos um acerto com a Presidência da República que prevê a interdição da via ao tráfego de veículos em geral. Tanto que os estacionamentos [dos ministérios] não puderam ser usados pela população”, disse. Lembrado de que, em anos anteriores, o carro pôde acompanhar a marcha, o coronel disse apenas que a “demora na liberação do carro de som” não dependia dele. “Estou aqui para apoiar, inclusive, a Presidência da República. E o trânsito em geral não foi liberado até agora [13h]”. Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência respondeu que a questão é responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e que não tinha informações sobre o que aconteceu. A PM-DF estima que entre 3 mil e 5 mil pessoas participavam do ato no momento em que o grupo deixou o local de concentração, portando faixas e cartazes pedindo o fim da impunidade. Já os organizadores calcularam que, somadas as pessoas que aderiram ao ato durante o percurso, o número total foi duas vezes maior. Segundo a PM-DF, somados todos os eventos, incluindo a cerimônia oficial, cerca de 38 mil pessoas compareceram à Esplanada dos Ministérios, onde também ocorreu o Grito dos Excluídos. *Colaborou Luciene Cruz

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