Uma confusão se formou na portaria de um condomínio na Zona Oeste do Rio no fim da manhã desta sexta-feira. Militares do Corpo de Bombeiros tentavam atender à solicitação da mãe da adolescente estuprada por 33 criminosos numa comunidade do Rio para que acalmassem a filha, que estava bastante nervosa. Ao mesmo tempo, vizinhos de condomínio tentavam impedir uma entrevista com a família ao lado da piscina. No fim, já no apartamento da família, desabafos deram o tom da conversa. Aos 16 anos, mãe de um menino de 3, a jovem disse que o que mais a incomoda neste momento é o preconceito. — Me sinto um lixo. O estigma é o que está me doendo mais. É como se dissessem 'a culpa é dela. Foi ela que estava usando roupa curta. Foi ela que quis ir para lá’. Eu vi isso no Facebook. Eu queria que as pessoas soubessem que não é culpa da mulher. Não tem como alguém culpar uma vítima de roubo, por exemplo — disse. A jovem disse que um dos estupradores a procurou para pedir desculpas. — Ele veio me pedir desculpas. Mas eu disse. Isso não tem perdão. A mãe dela, que disse ser psicóloga, quer mudar com a família para outro estado e disse que vai manter sigilo. Ela contou que a filha tem um trauma não resolvido desde que o pai de seu filho, um homem que era traficante numa comunidade próxima, morreu.
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Redação iBahia
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