Uma noite com os amigos, após o trabalho, terminou de forma violenta para Roberta Coelho Pereira, executiva de contas do ramo do turismo, na madrugada de sábado. Ela foi agredida com uma arma de choque e teve o celular roubado por um motorista de Uber. Ela pediu a corrida pelo aplicativo por volta das 3h50m e embarcou no carro na Avenida Nilo Peçanha, no Centro, para voltar para casa, em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Durante o trajeto, a bateria do celular de Roberta descarregou. O motorista se ofereceu para carregar o aparelho, na parte dianteira do veículo. Ao chegar ao seu destino, Roberta foi agredida quando pediu de volta o telefone.
— Ele começou a me xingar, abaixou o banco do carona, pegou um taser (aparelho de choque) e me deu um choque no peito. Eu abri a porta do carro para tentar sair e comecei a gritar por socorro, chamando a polícia. Ele me deu outro choque. Quando eu estava quase conseguindo sair, mas ainda estava com um pé dentro do carro, ele arrancou. Caí na rua e fui rolando. Ele foi embora — contou.
Roberta registrou o caso na 13ª DP (Copacabana) e afirma que pretende processar o aplicativo.
— Na delegacia, o policial falou que o motorista deveria estar drogado. Ele finalizou a corrida, o que faz com que os dados fiquem gravados. Foi como se ele tivesse tido um surto de violência. O motorista falava que queria ir para casa, que não tinha celular nenhum com ele. Acho que esqueceu. E meu aparelho nem é caro — comentou Roberta.
A passageira teve escoriações pelo corpo e está com hematomas nos braços e no rosto, provocados por sua queda do carro. As dores nas pernas e nas costelas também são reflexos da violência sofrida durante a madrugada. Roberta buscou atendimento no Hospital São Lucas, logo depois do incidente, e ontem foi ao Instituto Médico-Legal (IML) para fazer exames.
EMPRESA EXPULSOU MOTORISTA
Ao acessar o aplicativo Uber por outro aparelho, Roberta conseguiu recuperar parte dos dados do motorista, que é de Nova Iguaçu e dirigia um Ford Fiesta sedan. No aplicativo, o motorista é avaliado com nota 4,61 (de 5) e tem agradecimentos de usuários, que destacaram características como responsabilidade, simpatia e boa prestação de serviço.
Procurada, a empresa respondeu ao GLOBO, via e-mail: “o motorista foi banido da plataforma. A Uber vai ajudar as autoridades nas investigações.” Roberta diz não ter recebido ainda qualquer contato por parte da empresa e que está traumatizada com o que aconteceu.
— Hoje, eu me vejo como vulnerável. Não quero usar esse nem outros aplicativos. Não quero ficar exposta a uma pessoa que pode surtar a qualquer momento. Tenho medo e agora não quero mais sair de madrugada — conta Roberta, lembrando os momentos de tensão. — Fico repetindo na cabeça o instante em que ele se virou para trás, quando vi tudo rodar (após o disparo do taser), caí na rua e rolei, depois de o motorista arrancar com o carro.
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Redação iBahia
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