Mesmo com o dólar chegando próximo a R$ 3,20 e com o euro em R$ 3,45 - junto ao turbilhão provocado pela crise no Brasil - ainda tem quem viaje para o exterior e consiga, inclusive, negociar bons pacotes, reduzir custos e aproveitar promoções sem deixar de curtir a viagem.
Se você quer entrar nesse time e fazer uma viagem internacional, o segredo é pesquisar bastante e definir, antes de qualquer coisa, o quanto está disposto a gastar.
Para o educador financeiro Angelo Guerreiro, a primeira recomendação é só comprar passagem aérea com tarifas em promoção. “Algumas companhias têm lançado promoções por conta do aumento da moeda. Na última semana, por exemplo, vi passagem da Air Europa saindo por U$S 500 (em torno de R$1,6 mil)”.
Foi aproveitando uma dessas promoções que o estudante de Administração Geovane Talon, 21 anos, viajou no último mês para Nova York, nos EUA. A economia de R$ 1,6 mil permitiu que ele esticasse o roteiro até Las Vegas. “Quando estava planejando viajar, o dólar aumentou demais. Mas, houve promoções de passagens aéreas, o que acabou possibilitando a viagem”.
Com o orçamento reduzido, o estudante buscou também opções mais em conta em termos de hospedagem. “Eu economizei bastante com hospedagem em Nova York, devido ao CouchSurfing (sistema de oferta e compartilhamento de hospedagem). Fiquei hospedado na casa de uma pessoa por uma semana, sem custo algum. Inclusive fui super bem recebido, o anfitrião cozinhava jantares para mim, entre outras mordomias”.
No entanto, quem também quiser economizar, sem deixar de lado o conforto da estada em um hotel, pode buscar ofertas em sites especializados, como recomenda o educador financeiro Angelo Guerreiro. Ele, inclusive, já conseguiu reduzir o preço cobrado por uma operadora de viagens após uma boa pesquisa nesse tipo de site. “Busque opções fora dos burburinhos turísticos. Prefira uma hospedagem próximo a uma estação de metrô”, ensina.
Planejamento Guerreiro ressalta ainda que vale pensar bastante no propósito da viagem. “Neste momento de crise, quem vai viajar deve resistir às tentações e aos gastos mais consumistas. É viajar para passear, com o objetivo de se integrar com outras pessoas e conhecer novos lugares”.
Mas, se for mesmo difícil resistir ao apelo dos preços mais baratos, aí é fechar na cota que estimou gastar e não utilizar em hipótese nenhuma o cartão de crédito, como acrescenta o especialista. “Depois de baixar os padrões para fazer o dinheiro render, é preciso se policiar na hora das compras. Viaje com o máximo de coisas possíveis já pagas antes do embarque para que elas não se tornem uma grande dívida”.
Segundo Guerreiro, o segredo é garimpar promoções. “Recentemente, fiz uma viagem para Nova York e encontrei uma bermuda em uma loja por U$S 80. Em outra loja próxima da anterior, encontrei a mesma bermuda por U$S 7”.
POSSIBILIDADES Quando a estudante de Produção Cultural Larissa Novais, 21, resolveu ir para o Canadá, com o objetivo de aprimorar o inglês e conhecer o país, juntou o dinheiro que precisava para viajar durante os três meses que morou fora. “Eu sempre fui juntando de pouco em pouco mesmo, tudo o que ganhava”, conta.
Ela conseguiu pagar a passagem à vista e ainda garantiu 800 dólares canadenses para ficar um mês e meio já com casa e alimentação pagos e mais U$S 700 para passar mais 20 dias em Nova York. Em reais, Larissa fez uma reserva média de R$ 4,4 mil. “Pegava todo o valor que tinha e dividia pela quantidade de dias para saber a média que eu podia gastar e fui seguindo isso”.
Na viagem, ela economizava em absolutamente tudo. “Você encontra ferramentas que te permitem compartilhar casa, carona. Só precisamos saber usar isso ao nosso favor”, avalia Larissa.
A mesma coisa vale para os gastos com passeios turísticos, alimentação e transporte. “Se você pesquisa bem o local, dá para ver os dias mais baratos daquele lugar que você quer ir, qual o melhor transporte, bons lugares para comer... É possível economizar bastante por meio dessas novas ferramentas aliadas”, diz Larissa. No final da viagem, ainda sobrou troco. “Fiz absolutamente tudo que eu queria e ainda fiquei com U$S 20”.
escolhas Um dos sites que reúnem informações sobre viagens, o Quanto Custa Viajar, é acessado diariamente por 2 mil brasileiros, em média. Cerca de 85% desses acessos procuram viagens para o exterior. Para a editora de conteúdo do portal, Amanda Santiago, o interesse por destinos mais baratos, como Santiago, no Chile, por exemplo, tem aumentado bastante.
“Por conta da proximidade com o Brasil, a passagem aérea está uma média de R$ 650 ida e volta (mais taxas) e a conversão da moeda compensa”. Em um perfil de viajante econômico, a estimativa feita pelo site é que se gaste R$ 200 reais por dia com passeios, alimentação e hospedagem. “Montar sua viagem por conta própria também torna a viagem mais barata”, orienta.
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