O paciente que continua internado na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) após ter sido descartada a suspeita de ebola não tem mais necessidades clínicas para permanecer hospitalizado e deve deixar o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) assim que seu transporte for acertado e os últimos exames forem realizados. "A liberação dele independe dos resultados. Está condicionada à questão logística mesmo", disse o vice-diretor do INI, José Cerbino, que participou de uma entrevista coletiva na manhã de hoje na sede da Fiocruz. Proveniente de Guiné, um dos países que sofrem com a epidemia, o paciente pediu privacidade e a preservação de sua imagem. Por isso, a Fiocruz não vai divulgar informações sobre horário e deslocamento do paciente, que pode ocorrer ainda nesta terça-feira (14). De acordo com os representantes da Fiocruz o paciente tomou conhecimento da repercussão do caso nas redes sociais, inclusive com comentários racistas e teme ser discriminado na volta para o lugar onde estava morando, no Paraná. "Ele ficou preocupado, na situação dele de refugiado isso gera uma preocupação grande", contou Cerbino sobre o receio do paciente. Segundo os vice-diretores do INI, José Cerbino Neto e Marília Santini, que trataram diretamente do caso, o paciente passa bem, mas apresenta alterações no exame de sangue que não apontam para nenhum quadro infeccioso. Como já está internado, os médicos vão aproveitar para realizar exames de imagem, tomografia e hemograma, cujos resultados não serão divulgados também em respeito à privacidade do paciente. O paciente é um homem de 47 anos e está internado em um quarto comum no INI, desde a confirmação de que não tem ebola. Dois testes foram realizados no Instituto Evandro Chagas, no Pará, e ambos deram negativo. Segundo Cerbino, os testes são confiáveis e não é necessário recorrer a laboratórios no exterior. Os médicos infectologistas elogiaram a atuação da unidade de atendimento de Cascavel, no Paraná, que identificou a suspeita de ebola e recomendou que todos os postos de saúde perguntem no primeiro contato se há febre e se a pessoa esteve em áreas de epidemia nos últimos dias. "Se ela responder positivo para as duas perguntas já é classificada como suspeita de ebola é a contenção já deve ser iniciada ali, para evitar que tenha contato com outras pessoas e eventualmente contaminá-las", disse Cerbino.
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