O ex-marido da corretora de imóveis Karina Garofalo, de 44 anos, morta a tiro na frente do filho, de 13, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira, teve a prisão temporária decretada pela Justiça. De acordo com a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, Pedro Paulo Barros Pereira é suspeito de envolvimento no crime. A polícia já sabe que Karina e Pedro Paulo brigavam na Justiça por uma herança de mais de R$ 3 milhões.
A especializada também já identificou o homem que atirou em Karina: é o primo do ex-marido dela, Paulo Maurício Barros Pereira, contra quem também há um mandado de prisão. Equipes da DH estão nas ruas à procura dos suspeitos.
De acordo com o delegado André Barbosa, o próprio filho do casal reconheceu o primo do pai e gritou no depoimento: "Papai mandou matar mamãe". Segundo o policial, o depoimento do menino foi "assustador". Ele deu detalhes da ação e reconheceu imediatamente Paulo Maurício ao ser confrontado com a foto em que o suspeito aparece dentro do carro do crime: — O menino joga muito vídeo game e soube descrever com detalhes a arma do crime. Ele sabia inclusive que se tratava de um silenciador que estava acoplado na pistola.
Imagens de uma câmera de segurança de um shopping perto do local do crime mostram que Karina já era seguida por Paulo Maurício. A mesma câmera flagrou, também, um homem de moto que a DH ainda tenta identificar.
A arma usada no crime foi encontrada na manhã desta quinta-feira, dentro de um canteiro perto do local onde ocorreu o crime. Ela estava com um silenciador. No mesmo saco plástico, foi encontrada também outra pistola. O veículo usado na fuga, também foi apreendido e periciado.
Para a polícia, a felicidade de Karina, que há quatro meses estava morando com novo companheiro, pode ter irritado Pedro, que não aceitava o fim do casamento: — Ela estava morando junto com o novo companheiro há cerca de 4 meses e a felicidade da mulher pode ter provocado irá no ex-marido. O crime guarda todos os qualificadores de um feminicídio. E as investigações apontam pelo menos para um homicídio triplamente qualificado. Por ser mulher, motivo torpe e sem possibilidade de defesa — disse o delegado.
Imagens mostram mãe e filho momentos antes do crime
Câmeras de um shopping onde Karina e o filho estavam pouco antes de ela ser morta. Nas imagens, eles caminham juntos e deixam o local. Eles andam pela calçada. De acordo com a polícia, poucos metros depois, os dois entram na Avenida Malibu, onde a corretora foi executada.
Imagens mostram mãe e filho deixando shopping com o filho momentos antes de ser morta. Crédito: Polícia Civil/Divulgação pic.twitter.com/SneG78znhd
— Casos de Polícia (@CasodePolicia) 16 de agosto de 2018
De acordo com André Barbosa, Karina sempre andava de carro blindado e os suspeitos sabiam o momento exato em que ela estaria desprotegida. Além do filho mais novo da corretora, que identificou o assassino, a polícia já ouviu também o depoimenda filha mais velha dela e de Pedro Paulo. A jovem, de 19 anos, confirmou que a motocicleta que aparece nas imagens é do pai. O irmão dela afirmou a mesma coisa e disse que conhece o veículo por já ter andado nele com Pedro.
Crime foi gravado
Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que Karina foi abordada pelo assassino. O registro, que está viralizando nas redes sociais, mostra quando um homem atravessa a Avenida Malibu, em frente ao condomínio Sunprime, aborda a vítima e dispara em seguida.
Após o crime, ele foge e a mulher continua caída na calçada em frente o condomínio. Nenhum pertence dela foi levado pelo homem, que, segundo a polícia, fez a abordagem encapuzado. A vítima usava uma blusa branca e uma calça preta. A família ainda aguarda a liberação do corpo. Ela deve ser enterrada no cemitério de Volta Redonda.
Um levantamento feito pela reportagem no site do Tribunal de Justiça (TJ) revela que Karina é mencionda em pelo menos quatro porcessos que tramitam na Justiça estadual. Um deles é uma ação de dissolução de casamento, datada de 2014, que está no Fórum de Volta Redonda, no Sul Fluminense.
Em um outro, que tramita na 5ª Vara Civel, e é datado de 2015, ela está envolvida na disputa de um imóvel, em Volta Redonda. Os outros dois processos são de 2016 e 2018, ambos também relacionados a disputas envolvendo imóveis ou aluguéis.
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Redação iBahia
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