Quilinhos a mais, barriga de chope, preguiça absoluta de praticar atividades físicas. Além de pouco atraente, esse perfil pode ser determinante entre a presença ou a ausência de potência sexual. Um estudo pioneiro no Brasil, realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia, avaliou 1.623 homens saudáveis, entre 24 e 87 anos, a fim de medir seus níveis de testosterona. Entre o grupo pesquisado, foram identificados cerca de 20% de homens com índices do hormônio abaixo da normalidade. Nos maiores de 40 anos, é sabido que há uma queda de testosterona natural do envelhecimento, numa média de perda de 1% por ano de vida. No entanto, essa alteração também tem afetado homens mais novos e uma das principais causas do problema é a obesidade e o estilo de vida. De acordo com o urologista Eduardo Bertero, a queda desse hormônio gera como sintoma o cansaço, prostração, falta de vigor, comprometimento da atividade intelectual, alterações no humor, perda do desejo sexual, disfunção erétil, além da perda de massa muscular, pêlos e densidade óssea. “Atualmente, os quadros de obesidade agravam o problema, especialmente entre as faixas etárias mais jovens”, esclarece o médico, destacando a importância que o homem acompanhe a queda deste hormônio ao longo tempo em check-ups regulares. EnvelhecimentoO estudo também mostrou que homens com faixa etária mais avançada, acima dos 70 anos, têm uma redução de 50% nos níveis de testosterona, em comparação ao valor médio observado para homens mais jovens, até os 40 anos. Esse impacto na qualidade de vida é bastante significativo, principalmente quando se leva em consideração o aumento geral da expectativa de vida dos brasileiros. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a percentagem da população mundial acima de 60 anos deverá quase duplicar no período que compreende 2005 e 2050. No Brasil, há 9 milhões de homens com mais de 60 anos, o que corresponde a 9% da população. Em 2020, a estimativa é de 30 milhões dos homens com mais de 60 anos, correspondendo a 13% do total de habitantes do País. Para evitar que a redução desse hormônio – por causas naturais ou pelo descuido com a saúde - comprometa a qualidade de vida entre os jovens e os mais velhos, a saída é apelar para uma velha receita de saúde: controlar o peso, açúcar e colesterol, manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regularmente. Afinal de contas, além de ajudar a performance sexual, esse conjunto de ações ainda ajuda a prevenir doenças como as cárdio vasculares, diabetes e a obesidade. CuidadosAliado a isso, ao menor sinal de alteração física ou comportamental, é importante que os homens busquem um clínico ou um urologista para verificar o quadro clínico geral e realizar a reposição hormonal nos casos necessários. “Os homens não devem aceitar a perda do vigor como um acontecimento normal do envelhecimento. É claro que a idade traz limitações, mas não inviabiliza o fluir natural da vida”, explica Bertero. O urologista Archimedes Nardozza Junior, um dos autores do estudo e professor da Unifesp, alerta que os homens maiores de 40 e com complicações como o diabetes ou a hipertensão devem ficar ainda mais atentos, pois esses fatores -junto com a obesidade- agravam ainda mais a redução do hormônio masculino. Para regular os níveis hormonais, Nardozza Junior pontua que os homens podem recorrer à reposição hormonal sem receios de que o tratamento tenha efeitos colaterais ou cause câncer. “O tratamento pode ser iniciado em qualquer idade, dependendo da queixa do paciente e do resultado do exame que mede os níveis de testosterona", diz. Ele lembra que o medicamento mais atual é administrado por injeções intramusculares trimestrais, que mantêm a estabilidade dos níveis hormonais por todo o intervalo entre as aplicações. Eduardo Bertero ressalta que a única contra indicação feita à reposição é para aqueles pacientes que já tenham o diagnóstico de câncer de próstata. “Vale salientar que o tratamento é seguro, feito por toda a vida e que ele não vai favorecer com um aumento de potência, mas vai deixar o organismo estabelecer os patamares de normalidade”, finaliza.
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