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Polícia Federal prende o governador Luiz Fernando Pezão

Operação batizada como 'Boca de Lobo', é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral, ex-governador do estado carioca, que também está preso

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Redação iBahia

29/11/2018 às 8:28 • Atualizada em 26/08/2022 às 19:44 - há XX semanas
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Na manhã desta quinta-feira (29), a Polícia Federal prendeu o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB). De acordo com o G1, a força-tarefa da Lava Jato deu voz de prisão contra o político por volta das 6h no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do estado.
Foto: Reprodução
A operação batizada como 'Boca de Lobo', é baseada na delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sérgio Cabral, ex-governador do estado carioca, que também está preso. Ainda segundo o G1, o comboio da Polícia Federal deixou o palácio com o governador preso às 7h35. Ele chegou à Superintendência da PF, na Praça Mauá, às 7h52.
Conforme o Ministério Público Federal, o atual governador opera esquema de corrupção com seus próprios operadores financeiros. De acordo com o portal, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Além de Pezão, mais oito pessoas também foram presas, sendo elas: José Iran Peixoto Júnior, secretário de Obras de Pezão; Affonso Henriques Monnerat Alves da Cruz, secretário de Governo de Pezão; Luiz Carlos Vidal Barroso, servidor da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico; Marcelo Santos Amorim, sobrinho do governador; Cláudio Fernandes Vidal, sócio da JRO Pavimentação; Luiz Alberto Gomes Gonçalves, sócio da JRO Pavimentação; Luis Fernando Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis; César Augusto Craveiro de Amorim, sócio da High Control Luis.
O G1 também informou que a assessoria do governo do estado do RJ afirmou que não vai se pronunciar quanto ao caso. Com a prisão de Pezão, quem assume o cargo é o seu vice, Francisco Dornelles.
Mesa e bônus
Pezão é investigado no STJ, que tem a competência para atuar em crimes envolvendo governadores, por envolvimento na "propinolândia" comandada no estado pelo ex-governador. A operação tem como base a delação do economista Carlos Emanuel Carvalho Miranda, ex-operador de Cabral e delator premiado.
Em sua colaboração à Justiça, Miranda acusa o atual chefe do Executivo de receber do esquema uma mesada de R$ 150 mil de 2007 a 2014. O delator acrescentou que a propina a Pezão, na época vice-governador, incluía décimo terceiro salário e dois bônus, cada qual no valor de R$ 1 milhão, conforme o jornal O GLOBO revelou com exclusividade em 27 de abril deste ano.
Placas solares
O esquema de pagamento a Pezão, sustenta o delator, incluiu em 2013 dois prêmios cada um no valor de R$ 1 milhão, que eram pagos a membros da organização criminosa em algumas oportunidades. O primeiro bônus, segundo ele, foi repassado em quatro parcelas no escritório do lobista Paulo Fernando de Magalhães Pinto, em Ipanema. Magalhães chegou a ser preso com Cabral, mas hoje vive sob regime de prisão domiciliar. O dinheiro foi providenciado por Chebar, que enviou o assessor Vivaldo Filho. Já o segundo prêmio, ele detalha em outro anexo da delação, referente a Construtora JRO.
Outra revelação de Miranda envolve Pezão com os empreiteiros responsáveis pela instalação de placas de energia solar nos postes ao longo dos 72 quilômetros do Arco Metropolitano, que custaram ao governo do estado R$ 96,7 milhões, mais de R$ 22 mil por unidade. Ele disse que recebeu ordem Cabral para pagar R$ 300 mil à empresa High End, especializada em painéis solares, como remuneração por serviços prestados na casa de Pezão em Piraí.
Para efetuar o pagamento, acionou o doleiro Renato Chebar, outro colaborador da Operação Calicute. O dinheiro foi entregue por uma pessoa designada por Chebar nas mãos de Luiz Fernando Amorim, dono da empresa. De acordo com a delação, Luiz Fernando é irmão de César Amorim, empresário que instalou os painéis solares na obra do Arco Metropolitano.

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