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Reconstituição confirma versão da mulher do diretor da Yoki

Elize Matsunaga confessou em depoimento ter matado e esquartejado o corpo do marido

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07/06/2012 às 9:10 • Atualizada em 27/08/2022 às 20:46 - há XX semanas
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Uma nova perícia foi feita na noite de quarta-feira (6) no apartamento onde, segundo a polícia, o diretor da Yoki Marcos Matsunaga, 42 anos, foi morto. A polícia divulgou imagens do circuito interno do prédio e confirmou as informações que a mulher do diretor e bacharel em Direito Elize Araújo Matsunaga, 38 anos, deu durante o depoimento em que confessou o crime. O trabalho da reconstituição durou mais de seis horas e atravessou a madrugada. Um boneco com altura parecida com a do empresário foi utilizado. Elize Matsunaga participou da reconstituição. As imagens de sábado, 19 de maio, mostram quando o casal chega ao apartamento, por volta das 18h30, com a filha e uma babá. A babá foi dispensada pouco depois e foi embora. A babá chega ao apartamento novamente às 5h de domingo (20 de maio). Segundo a polícia, ela disse ter acesso limitado no local, não podendo entrar em todos os cômodos. Às 11h30 do mesmo dia, Elize usa o elevador de serviço para descer até a garagem com três malas - as malas que estariam com os restos mortais do marido. Às 23h50, ela retorna sem as malas. Um reagente químico foi utilizado pela polícia para encontrar vestígios de sangue nos cômodos onde Elize confessou ter matado o marido com um tiro e em seguida esquartejado o corpo dele. Ainda na madrugada, os peritos desceram do apartamento e confirmaram a versão de Elize. Depois da reconstituição, os policiais retiraram do apartamento a coleção de 30 armas que Matsunaga tinha. Segundo o jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, uma caixa com munição para 10 mil tiros também foi recolhida. Veja as imagens do circuito de segurança: CrimeA viúva confessou o crime na quarta-feira. Após oito horas de depoimento, o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Jorge Carrasco, disse que não há dúvidas em relação à autoria do crime e acredita que o assassinato não foi premeditado. Segundo ele, Elize afirmou que realizou tudo sozinha e atirou contra o marido na sala, após uma discussão conjugal por conta de uma traição que teria sido descoberta por ela. A arma usada para matar o executivo - uma pistola 380 - foi um presente dele para a mulher - Matsunaga era colecionador de armas. Elize revelou que a pistola não estava entre as que foram entregues para a Guarda Municipal de Cotia destruir. Ela a guardou em uma gaveta do apartamento onde eles moravam, na Vila Leopoldina (Zona Oeste). O casal fazia curso de tiro e ela era considerada uma boa atiradora. Após o disparo, que atingiu o lado esquerdo da cabeça de Marcos, Elize disse ter levado o corpo do marido para um quarto do imóvel e ter aguardado cerca de 10 horas antes de esquartejá-lo no banheiro da empregada. Os vestígios de sangue foram limpos depois. Conhecedora de anatomia - Elize é técnica de enfermagem e trabalhou em um centro cirúrgico -, ela disse ter usado uma faca com lâmina de 30 centímetros para cortar os braços, pernas, tronco e a cabeça do executivo. Após o trabalho, que durou cerca de quatro horas, ela embalou os pedaços em sacos plásticos. Em seguida, Elize usou três malas para transportar o corpo e dirigiu até uma estrada de terra em Cotia, na Grande São Paulo, onde atirou todos os pedaços em um matagal. Ela disse que o casal frequentava um sítio em Ibiúna e costumava passar pela estrada. As malas e a faca foram jogadas em outro local, que Elize já indicou para a polícia. O delegado Jorge Carrasco disse que a polícia vai apreender os objetos. Uma testemunha de Cotia disse à polícia ter visto quando um motociclista, vestido de preto e em uma moto escura, jogou os sacos no matagal. O marido de uma das três empregadas do casal também chegou a ser investigado, mas agora a polícia descarta ajuda no crime. “Não houve mentira, o depoimento foi seguro. Os indícios eram muito fortes e foram apresentados para ela. Não acredito que ela esteja acobertando ninguém”, disse Carrasco. Segundo a polícia, enquanto Elize saiu para desovar o corpo do marido, a filha deles, de 1 ano, ficou no apartamento com uma babá. O delegado disse que dificilmente a menina viu alguma coisa, pois os cômodos do imóvel são distantes. O barulho do tiro também não deve ter sido ouvido, pois as janelas têm proteção antirruído. Elize também revelou em seu depoimento que, após cometer o crime, doou o colchão onde o casal dormia para uma babá, que será ouvida pela polícia ainda hoje. O casal tinha três empregadas: uma doméstica e duas babás. Elas não tinham acesso a todos os cômodos do apartamento, segundo a polícia. Segundo o delegado Carrasco, Elize não disse em seu depoimento se estava arrependida pelo crime. Presa desde segunda-feira, segundo a polícia, ela teve a prisão prorrogada pela Justiça por mais 15 dias. Ela deve ser indiciada por homicídio qualificado, com ocultação de cadáver. O advogado da família da vítima, Luiz Flávio Borges D'Urso, disse ontem que “a família se sente reconfortada com a confissão e com o trabalho da polícia”. Herdeiro da Yoki teria três amantes A polícia tenta identificar o detetive particular que foi contratado por Elize para investigar se o executivo Marcos Matsunaga a traía. Ele é procurado para que seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram que o profissional seguiu o executivo e descobriu que, entre 17 e 18 de maio, ele saiu com algumas mulheres. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para Elize. No computador da vítima, peritos da Polícia Técnica Científica identificaram ainda acessos a sites de prostituição. Neto do fundador da Yoki, uma das principais companhias do ramo de alimentos do país, Matsunaga estudou no Colégio Santa Cruz e formou-se na Fundação Getúlio Vargas. Antes de trabalhar na empresa da família, foi funcionário do Grupo Wal Mart. O empresário era também fotógrafo amador e um grande conhecedor de vinhos. Vizinhos do prédio onde ele morava contaram que o empresário era uma pessoa discreta e simpática. Todas as manhãs, o empresário caminhava até um mercadinho local, onde comprava pão, sempre sozinho, dizem funcionários. Na igreja que ele frequentava, a Catedral Anglicana de São Paulo, poucos sabiam que Matsunaga era um executivo tão importante, afirma o reverendo Aldo Quintão. Ele costumava assistir às missas ao lado da mulher e da filha de 1 ano. O empresário e Elize passaram a frequentar a igreja anglicana há cerca de três anos, quando se casaram. Lá batizaram a filha. Matsunaga era divorciado e tinha outra filha de 3 anos do primeiro casamento. Ele e Elize ainda costumavam doar brinquedos para as crianças de uma creche mantida pela igreja em Brasilândia. “Eles faziam questão de embalar e entregar pessoalmente os presentes”, afirma o reverendo. O empresário deixou um seguro de vida de R$ 600 mil, que tinha a mulher como uma das beneficiárias.

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