O caso de um grande amigo diagnosticado, em 2005, com osteossarcoma (tumor maligno dos ossos) inspirou o advogado e remador Caetano Penna Franco Altafin Rodrigues da Cunha a se aventurar e contribuir para ajudar no financiamento às pesquisas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into).
Caetano Cunha, também conhecido como Caê, decidiu atravessar a remo o Oceano Atlântico, com o objetivo de ajudar as pesquisas do Into sobre esse tipo de tumor. Para isso, ele lançou a campanha na internet “Remacaê – Ajude o Caê a Cruzar o Atlântico”, com a finalidade de reunir patrocinadores. Para cada R$ 1 coletado, R$ 0,50 serão destinados ao instituto, vinculado ao Ministério da Saúde.Conheça a ferramenta que diz dia e hora em que passagens aéreas são mais baratasCadela chora e desmaia de emoção ao rever dona após dois anosO instituto iniciou as pesquisas com células-tronco tumorais em pacientes com diagnóstico de osteossarcoma em agosto de 2012. “Descobri essa pesquisa que o Into está desenvolvendo, tentando aprimorar e individualizar o tratamento de pacientes diagnosticados com osteossarcoma, me apaixonei pela causa e resolvi abraçar o projeto”, disse Caê que perdeu o amigo para a doença em 2006.A travessia no Atlântico será feita com uma equipe de oito remadores em um barco feito de fibra de carbono, mesma tecnologia utilizada em carros de Fórmula 1, para trazer segurança à aventura. A equipe ficará de 30 a 33 dias no mar. Cada atleta remará com intervalo de duas horas. A partida está prevista para 10 de dezembro, nas Ilhas Canárias, na costa africana. A confirmação da data dependerá das condições climáticas. Como a equipe também tem o objetivo de bater o recorde e entrar para o Guiness Book, a viagem será desassistida, isto é, não haverá barcos de acompanhamento.O chefe do Centro de Oncologia Ortopédica do Into, Walter Meohas, disse à Agência Brasil que a pesquisa com células-tronco avalia a resposta da quimioterapia de pacientes portadores de osteossarcoma. “A pesquisa está na fase inicial”, destacou Meohas, que é coordenador do estudo. O estudo foi feito com 12 pacientes já operados. Para que a resposta seja mais fidedigna, é preciso elevar esse número para 40, informou o médico.O objetivo da pesquisa é identificar o motivo de casos clínicos iguais terem respostas diferentes na quimioterapia e saber se existe alguma condição genética que faz com que essa resposta seja modificada com a mesma droga. Isso permitirá aos pesquisadores programar, no futuro, um tratamento oncológico individualizado para cada paciente.Esse tipo de câncer atinge pessoas de todas as idades, mas a maior incidência é em crianças. O índice de mortalidade é elevado. Cerca de 50% a 60% dos doentes com osteossarcoma morrem em cinco anos. “É altamente agressivo”, disse Meohas que considerou a campanha do remador muito importante. "A pesquisa é cara e longa", destacou.Atualmente, a maior parte do material utilizado é comprada pelo governo. Quanto mais recursos forem dirigidos à pesquisa, “mais facilidades de material a gente vai ter e menos restrições”, disse o pesquisador que estimou que mais de 30 pacientes aguardam no Into para serem operados. De acordo com o Into, o tumor atinge ossos das pernas, dos braços e da coluna e o tratamento envolve grandes procedimentos cirúrgicos. Em 27% dos casos é necessária a amputação ou a substituição do membro por prótese ou enxerto ósseo.
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