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BRASIL

Taxa de juros cai para 8,5%, e poupança vai ter rendimento menor

Com a taxa básica de juros a 8,5%, o novo rendimento anual passa a ter uma nova fórmula: 70% da Selic (5,95%) mais variação da TR

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31/05/2012 às 8:07 • Atualizada em 03/09/2022 às 9:41 - há XX semanas
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Como esperado pelo mercado, o Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (30) um novo corte de 0,5% na Selic, levando a taxa básica de juros da economia brasileira a 8,5% ao ano, o valor mais baixo da série histórica divulgada desde 1986. Com a Selic nesse patamar, a aplicação financeira mais popular do país, a caderneta de poupança, passa a ter um rendimento menor. Até quarta (30), a remuneração da poupança era de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR). Com a taxa básica de juros a 8,5%, o novo rendimento anual passa a ter uma nova fórmula: 70% da Selic (5,95%) mais variação da TR - índice calculado a partir da média de rendimento dos CDBs, em 0,2% em abril. Desde a sua criação, em 1861, é a primeira vez que a poupança passará a render menos que 6% ao ano. A regra só vale para depósitos feitos a partir do dia 4 de maio, data em que o governo anunciou a nova fórmula de rendimento para a poupança. Tradicionalmente uma aplicação de renda fixa, a poupança passou a ter renda variável toda vez que a taxa Selic atingir 8,5% ao ano ou menos, de acordo com a nova regra. Com a medida provisória, o governo busca impedir que a poupança fique mais atraente que outras aplicações financeiras, já que sempre que os juros da economia caem, os investimentos anexados à Selic rendem menos. Assim, o governo espera evitar que compradores da dívida pública retirem dinheiro dos títulos do governo e o coloquem na poupança. Apesar do rendimento menor, a poupança continua valendo a pena para o pequeno investidor, de acordo com o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Ribeiro de Oliveira. “Mesmo com a queda na rentabilidade, a poupança vai continuar valendo mais a pena em comparação com os fundos de investimento, por exemplo, pois taxas de administração e descontos no Imposto de Renda incidem sobre as aplicações desses fundos”, explica. O cientista social Rogério Franco, 26, tem um dinheiro guardado na poupança e não pretende tirá-lo mesmo com as mudanças. “Mantenho o dinheiro lá por uma questão de segurança. Posso tirar e colocar na hora que quiser”, diz. O professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite, também acredita que a poupança continua valendo a pena, pois, segundo ele, não é um tipo de aplicação que visa ao grande lucro. “A poupança serve para evitar que o dinheiro que você tem guardado perca o valor com a corrosão inflacionária. Ela continuará garantindo isso”.
DiferençaCom o novo rendimento da poupança, a diferença dos ganhos ao final de um ano em depósitos pequenos é pouco significativa. Por exemplo: uma pessoa que depositou R$ 100 na poupança no dia 3 de maio deste ano, um dia antes da nova regra entrar em vigor, terá R$ 106,37 no dia 3 de maio de 2013. Se uma outra pessoa depositar a mesma quantia hoje, terá R$ 106,15 daqui a um ano, caso a taxa Selic permaneça como está, em 8,5%. A diferença nos ganhos será de apenas R$ 0,22. No entanto, essa diferença aumenta conforme a taxa de juros básicas baixe e quanto maior for o valor depositado (confira tabela na página 24). E a tendência da economia, segundo especialistas, é que haja novos cortes na taxa Selic. “Essa é a expectativa do mercado. A Selic a 8,5% ainda está alta. Dá para cair ainda mais”. A taxa Selic serve como base para os juros praticados em toda a economia e é anunciada pelo Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a cada 45 dias. Crédito tende a ficar mais baratoEspecialistas consultados pelo CORREIO comemoraram a nova redução dos juros. “Essa queda de meio ponto na Selic (de 9% para 8,5% ao ano) já era esperada pelo mercado e é muito positiva. Os rendimentos vão cair, mas vai ser bom para a economia como um todo”, analisa o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. A opinião é compartilhada pelo professor de Economia da Trevisan Alcides Leite. “Começamos a ter níveis históricos de juros baixos, o que é muito bom. Agora, o Brasil está se tornando um país normal sob o aspecto dos juros. Os 8,5% ao ano ainda são altos, mas é o início de um processo”, considera. Os dois especialistas acreditam que os juros continuarão caindo, o que levará a novas quedas das taxas de juros praticadas pelos bancos. “Com isso, a expectativa é que as operações de crédito, como os empréstimos e financiamentos, comecem a ficar mais baratos nos próximos meses”, espera Leite. Oliveira, da Anefac, acredita que o novo corte da Selic levará à diminuição do preço de financiamentos de veículos e da casa própria, por exemplo, beneficiando os consumidores.

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