O aplicativo de transporte de passageiros Uber anunciou novas medidas de segurança para usuários e motoristas, entre elas a possibilidade de gravar a conversa que acontece durante uma viagem. O novo recurso permite que caso o passageiro ou o motorista sintam-se desconfortáveis com o diálogo possam gravá-lo utilizando o próprio aplicativo da empresa. O conteúdo é criptografado e só pode ser ouvido pela Uber se for encaminhado como uma denúncia. A novidade deve chegar ao Brasil nos próximos meses. Outro recurso que já está em teste é a checagem de documento de usuários, através de imagem. As duas ferramentas são inéditas no mundo.
— Quando o arquivo da conversa gravada é enviado para a Uber, só indivíduos autorizados dentro da empresa terão a chave da criptografia, para que eles possam acessar o arquivo de áudio e ouvi-lo —disse Sachin Kansal, diretor global de produtos de segurança da Uber, que participou do lançamento das novas ferramentas em São Paulo.
A preocupação com segurança aumentou recentemente nas empresas de aplicativos de transporte após a ocorrência de crimes envolvendo motoristas e passageiros, como assaltos, sequestros, assassinatos, e assédio sexual. Durante a apresentação, a Uber citou dados de violência da América Latina, região que conta com 1,4 milhão de motoristas e mais de 5 bilhões realizadas desde 2010. A América Latina conta com 8% da população mundial, e 37% dos crimes violentos globais ocorrem nos países da região. A empresa inaugurou, no ano passado, um centro de tecnologia em São Paulo, o primeiro dela na América Latina, para desenvolver soluções de segurança. Serão investidos R$ 250 milhões em cinco anos.
— Na região, São Paulo, Rio de Janeiro e Cidade do México concentram o maior volume de viagens do mundo - disse Marcello Azambuja, diretor do centro de tecnologia de São Paulo.
Sachin Kansal também demonstrou a checagem de documento de usuário. Trata-se de um projeto-piloto do Doc Scan, que já está sendo testado no Chile. Os usuários que não cadastrarem um meio de pagamento digital e quiserem pagar a corrida em dinheiro, antes da viagem, terão o documento de RG, Passaporte ou cartão de crédito checados através de uma imagem enviada pelo aplicativo. A veracidade do documento é checada pelo sistema e se for verdadeiro a viagem é liberada. Ele fotografou uma identidade de origem chilena falsa, que foi recusada pelo aplicativo. Quando fotografou seu passaporte americano verdadeiro, a corrida foi liberada. O recurso chega ao Brasil no primeiro trimestre de 2020.
Outras ferramentas de segurança já em testes ou lançadas recentemente em outros países devem chegar ao Brasil em breve. Entre elas, está a checagem de rota, que já existe nos EUA. Uma parada longa durante acorrida pode ser identificada pela Uber, que manda uma mensagem ao usuário e ao motorista para checar se está tudo bem ou se houve, por exemplo, uma parada para ir a um restaurante ou posto de gasolina.
Também, além da selfie que os motoristas fazem para ficar online, a ferramenta para verificação de identidade do condutor também passará a solicitar que alguns movimentos sejam realizados - como piscar, sorrir, virar o rosto para a esquerda de direita. Essa mudança permite verificar com mais segurança se o motorista é o mesmo que se cadastrou no aplicativo. O usuário também poderá optar por receber uma senha de quatro dígitos para ter certeza que está embarcando no carro certo. A senha deve ser dita ao motorista. No futuro, os números recebidos passarão automaticamente pelo aparelho do motorista, e o usuário vai receber uma confirmação no seu celular (como uma vibração).
— Também lançamos em outubro a ferramenta U-Elas , que permite que as mulheres que trabalham com o aplicativo tenham a opção de só aceitar pedidos de corrida feitos por passageiras - disse Claudia Woods, diretora geral da Uber no Brasil.
Inicialmente disponível em Campinas, Curitiba e Fortaleza, a novidade tem chegada ao Rio prevista para 2020.
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Redação iBahia
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