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Valeska em questão era para causar polêmica, diz professor

A questão envolvendo Valeska Popozuda fez com que o professor concedesse pelo menos dez entrevistas

• 08/04/2014 às 16:56 • Atualizada em 28/08/2022 às 1:20 - há XX semanas

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A questão de uma prova, aplicada por um professor de filosofia a estudantes do ensino médio da rede pública do Distrito Federal, está rodando as redes sociais e causando polêmica por citar a funkeira Valeska Popozuda como “grande pensadora contemporânea” no enunciado. A questão pede que os alunos escolham a opção que completa trecho de uma música de Valeska. Uma foto do trecho da prova foi reproduzida no Facebook e houve críticas e discussões sobre o uso do funk na avaliação e sobre a classificação da cantora como “grande pensadora”.
O professor de filosofia do Centro de Ensino Médio 03 de Taguatinga, Antônio Kubitschek, que elaborou a prova, afirma que a atitude não teve a intenção de provocar discussões sobre métodos educacionais, foi sim um teste para verificar a atuação da imprensa e se ela dá destaque às atividades escolares em momentos positivos ou negativos. “Tivemos um debate em sala de aula sobre a formação moral, a formação dos alunos, e veio a discussão de como a imprensa participa desses novos valores que vão surgindo. Isso gerou polêmica, e resolvi testar. Há 15 dias tivemos uma exposição fotográfica com fotos tiradas pelos alunos, e a imprensa não veio participar. Resolvi então colocar na minha prova uma questão que gerasse polêmica e chegasse na rede social, que aí, em algum momento, um órgão da imprensa iria pegar”, relata. Para o professor, a grande repercussão que o assunto adquiriu demonstra que a imprensa está mais interessada em dar destaque a questões sensacionalistas. “Até então havia uma dúvida se a imprensa é sensacionalista ou não, e a dúvida foi tirada com a polêmica. A imprensa demonstrou que hoje está mais interessada no sensacionalismo e pouco interessada em uma boa formação”, avalia Antônio Kubitschek. A questão envolvendo Valeska Popozuda fez com que o professor concedesse pelo menos dez entrevistas. Ele relata que esperava repercussão, mas ficou surpreso com a dimensão da polêmica provocada, e espera que o fato gere debates sobre como formar uma imprensa melhor no país. A Secretaria de Educação do Distrito Federal não vai se pronunciar sobre a polêmica. A funkeira Valeska Popozuda postou um comentário no Facebook, no qual diz que se o professor tivesse usado um trecho de qualquer outro gênero musical, talvez o assunto não tivesse ganhado tanto destaque. “E se fosse MPB ou uma música americana, que tanto é valorizada por nós? Será que daria a mesma polêmica?”, questiona. Em outro trecho, ela comenta. “Me espanta mesmo é todo mundo se preocupar com uma única questão da prova, sem analisar os termos por trás disso tudo (E se o professor colocou a questão dentro do contexto da matéria? E se o professor quis ser irônico com o sucesso das músicas de hoje em dia?” O uso de músicas em provas é um recurso que tem sido adotado com regularidade. A última prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) trouxe letras do músico Gabriel, O Pensador, e da banda Titãs. Também no ano passado, a Universidade de Brasília incluiu o hit Camaro Amarelo, da dupla sertaneja Munhoz & Mariano, e o rap Vida Loka Parte II, dos Racionais MC, na lista das obras musicais da matriz que poderia ser cobrada na primeira etapa do Programa de Avaliação Seriada.

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