Em 19 de junho de 1898, O italiano Afonso Segreto chegou ao Brasil com equipamentos de filmagem e registrou as primeiras imagens do Brasil em movimento. As tomadas das fortalezas e de navios de guerra na baía do Rio, feitas a bordo do navio francês
Brésil, gravadas há exatos 114 anos marcam o início das produções cinematográficas brasileiras, mesmo que de uma forma ainda embrionária. E nesta data, desde a década de 1970, é celebrado o Dia do Cinema Brasileiro. Em sua história, o cinema brasileiro teve momentos de grande repercussão internacional, como na época do Cinema Novo, e momentos de estagnação criativa, que culminaram na quase 'morte' do cinema nacional na década de 1980. Apesar disso, nesse período, surgiu uma nova geração de cineastas que se destacaram como Sérgio Bianchi ('Mato eles?', 1982) e Hermano Penna ('Sargento Getúlio', 1983). Em 1992, no governo de Itamar Franco, o Ministro da Cultura Antonio Houaiss criou a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, que liberou recursos para produção de filmes através do Prêmio Resgate do Cinema Brasileiro. Isso ajudou no caminho para a retomada do Cinema nacional.
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Cenas de 'Carlota Joaquina', um dos filmes que marcaram a retomada do cinema brasileiro |
"Podemos admitir que a Retomada começou em 1995, com Carlota Joaquina, e terminou em 2002, com Cidade de Deus, já que, com o início do século 21, foram apresentadas novas peças para um maquinário cinematográfico que já estava a toda velocidade", explica Franthiesco Ballerini, autor de o 'Cinema brasileiro no século 21'. Lançado em abril, o livro faz um retrato fiel da produção cinematográfica atual nas áreas de atuação, direção, roteiro, exibição, distribuição e legislação. Com produções conhecidas internacionalmente como 'Deus e o Diabo na Terra do Sol', 'O Pagador de Promessas' e 'Macunaíma' e as mais recentes 'Tropa de Elite', 'Cidade de Deus' e 'Bicho de Sete Cabeças', o cinema nacional é respeitado por cineastas e amantes da sétima arte em todo o mundo e merece ser celebrado por todos os brasileiros.
Para comemorar a data, que tal curtir uma das quatro produções nacionais que estão em cartaz em cinemas de Salvador? Veja as opções: Eu Receberia As Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, com Camila Pitanga Sinopse - Um triângulo amoroso envolve Cauby, um fotógrafo de passagem pelo interior da Amazônia, a bela e instável Lavínia e seu marido, o pastor Ernani, que acredita ser possível consertar as contradições do mundo. Em cartaz na Sala de Arte da UFBA, às 12 horas.
O Homem Que Não Dormia, com Bertrand Duarte Sinopse - Numa mesma noite, cinco pessoas de uma cidadezinha do interior são acometidas por um mesmo pesadelo envolvendo um homem sinistro e um tesouro enterrado. Com a chegada de um misterioso peregrino, o vilarejo é arrebatado da rotina medíocre e os personagens são lançados num vórtice de acontecimentos insólitos. Em cartaz na Sala de Arte Cine XIV, às 17h30.
Paraísos Artificiais, com Nathalia Dill Sinopse - Érika, talentosa DJ, conhece Nando por meio de sua melhor amiga Lara em um festival de música eletrônica, no qual os três vivem intensos momentos. Mas o destino os separa. Anos depois, Nando e Érika se reencontram em Amsterdã e se apaixonam, mas somente Érika sabe o que aconteceu naquela noite que marcou a vida dos três para sempre. O reencontro do jovem casal irá transformar novamente suas vidas. Clique
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Mr. Sganzerla - Os Signos da LuzSinopse - Filme-ensaio que recria o ideário de Rogério Sganzerla por meio dos signos mais recorrentes de sua filmografia, como Orson Welles, Noel Rosa, Jimi Hendrix e Oswald de Andrade. Narrado em primeira pessoa, a partir de imagens raras e situações encenadas com personagens-chave, o filme revela a visão do autor catarinense e traça a evolução de seu percurso criativo desde os clássicos do cinema marginal como O Bandido da Luz Vermelha e A Mulher de Todos até a tetralogia sobre a passagem de Orson Welles pelo Brasil. Em cartaz no espaço Unibanco de Cinema, às 17h00.