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CINEMA

Curta de baiano é selecionado para o Festival de Cannes

Ufba foi cenário para filme dirigido por Calebe Lopes; este é o sexto curta do jovem cineasta

Redação iBahia • 22/04/2017 às 17:35 • Atualizada em 28/08/2022 às 14:04 - há XX semanas

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Calebe Lopes é o diretor do curta selecionado para Cannes

A Universidade Federal da Bahia (Ufba), mais precisamente o campus Ondina, se tornou cenário para o sexto curta-metragem de Calebe Lopes, de 20 anos. 'Um Dia é da Vida, o Outro da Morte' ainda não chegou a ser exibido na Bahia, mas já está com o passaporte garantido para o Festival de Cannes, na França. O filme é o único representante do estado no 'Short Film Corner' - categoria não competitiva que serve de vitrine para novos profissionais -, entre os dias 22 e 29 de maio. Outras 30 produções brasileiras estarão à disposição de grandes produtores, imprensa e apaixonados pela arte na feira.

"O Festival é bem tradicional e todo cineasta sonha em participar. A que a gente conseguiu não é competitiva, mas funciona como se fosse uma vitrine. Você tem a oportunidade de ter seu filme disponível para um grande público e consegue ainda vendê-los", afirma o estudante do curso Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades ao iBahia.

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Lopes conta que investiu R$ 1,2 mil à produção - mais de 50% arrecadado através de crowdfunding (financiamento coletivo) e outra parte por financiamento da produtora brasiliense Sileo Filmes: "iniciei a campanha para conseguir dinheiro para pagar alimentação e transporte". "A ideia do filme começou muito pequena. Imaginava que seria como os outros filmes, que eu não gastei quase nada e foi todo feito em um final de semana. No entanto, com o passar do tempo a equipe começou a crescer", diz o diretor.

'Um Dia é a da Vida, o Outro da Morte' (trailer abaixo) gira em torno de um cadáver que é encontrado dentro da Ufba, enquanto as pessoas que ficaram presas dentro da instituição estão preocupadas com outras coisas. André (Luan Gusmão) deseja reatar seu romance com Júlia (Maria Kamilly), Milton (Klaus Hastenreiter) está enfrentando o seu luto e Matheus (Elcian Gabriel) quer gravar um filme dentro da faculdade.

O jovem cineasta explica que a ideia surgiu para uma atividade em curso livre de cinema que fez na universidade pública. "No argumento deixei claro que uma das ideias era falar do espaço da Ufba, que todo mundo pode entrar e acaba sendo perigoso. O campus de Ondina é um lugar deserto, com muito mato. A Universidade é um lugar público, onde privilegia a liberdade e o conhecimento, mas, ao mesmo tempo, é um lugar perigoso."

Além disso, segundo Cabele Lopes, a ideia do curta é retratar a "geração carniceira": "Queria também falar das redes sociais e de como elas influenciam no comportamento das pessoas de compartilhar mortes e tragédias. Hoje existe esse impulso das pessoas quererem tirar fotos, ao invés de ajudar".

Campus da Ufba é cenário de curta-metragem que será exibido em Cannes(Foto: Divulgação)

A produção contou com Hilda Lopes Pontes (primeira assistente de direção), Rodrigo Weber (segundo assistente direção), Klaus Hastenreiter e Erdman Correia, na produção; Rafael Beck (sonoplastia); Lana Scott, Rafael Beck e Thiago Duarte, no Boom; Trilha Sonora Original de Pablo Contijo, direção de arte de Nicole Passos, direção de fotografia assinada por Alan Leonel e design gráfico de Henry Hingst.

"O cinema independente na Bahia engatinha"
Com a participação no Festival de Cannes, Calebe diz que espera ver a equipe ganhando um reconhecimento para outros eventos. "Me proponho a fazer filmes dos gêneros de horror e fantasia, que sofrem muito preconceito. Eu sempre digo que é muito mais fácil ser reconhecido lá fora do que aqui. Espero que agora abra portas para festivais nacionais. Quero passar o filme pra gente daqui Bahia."

Questionado sobre o cinema independente na Bahia, o jovem diretor afirma: "engatinha muito". "Se o filme não é feito com apoio do governo ele é independente. Mas a maioria dos filmes são feitos com editais. Eu sei que tem muita gente boa que está surgindo. É questão de tempo para desenvolvermos esse nicho. Porém o desafio maior é criar público."

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