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Henrique Dantas recebe prêmio do In-edit em Salvador |
Um gosto musical passado de pai para filho. Assim nasceu o premiado documentário "Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano", do diretor baiano Henrique Dantas. O filme narra a história do grupo Novos Baianos e apresenta o retrato de uma geração, que viu nascer um dos momentos mais férteis da música brasileira. Desde pequeno, Henrique escutava com o pai as músicas interpretadas por Moraes Moreira (vocal), Baby Consuelo (vocal), Pepeu Gomes (guitarra) e Paulinho Boca de Cantor (vocal), e se apaixonou. Depois de 10 anos de pesquisa, o diretor concluiu o filme que entra em cartaz no circuito nacional no dia 15 de julho, em mais de 10 capitais brasileiras. Antes disso, quem quiser conferir "Filhos de João" terá uma oportunidade única no
In-edit, Festival Internacional do Documentário Musical, que acontece pela primeira vez em Salvador. Via voto popular, o filme ganhou prêmio na edição brasileira e vai representar o cinema brasileiro na versão internacional do festival, que acontece em Barcelona (Espanha), entre os dias 28 de outubro e 7 de novembro. Ele recebe o prêmio nesta sexta-feira, dia 02, no Cinema do Museu.O iBahia aproveitou o momento para conversar com Henrique. O diretor contou como surgiu a ideia do filme, revelou suas influências musicais e a paixão que tem pelos Novos Baianos. Confira a entrevista!
iBahia - Você se considera fã dos Novos Baianos?Henrique Dantas - Sim, com certeza. Desde que eu era muito pequeno meu pai me colocava para ouvir os discos deles e de tantos outros como Gil, Caetano Veloso e João Gilberto. Eu sempre escutei muita música boa em casa e isso me fez ser fã dos Novos Baianos.
iBahia - E como surgiu a ideia de fazer o documentário sobre os grupo?HD - Há uns 13 anos vi uma entrevista de Paulo Boca de Cantor dizendo que os Novos Baianos iriam fazer 30 anos. Ai eu pensei em fazer um documentário e comecei a pesquisa. Mas a ideia original era fazer um curta-metragem e como eu ganhei um valor de um edital antigo pude pagar uma equipe mínima e tocar o projeto. Depois vi que seria um filme importante para a Bahia e para a cultura baiana e brasileira, ai optei por um longa.
iBahia - O resultado do filme te surpreendeu de alguma forma?HD - Quanto ao trabalho estético, não. O que realmente me surpreendeu foi a reação do público. Fizemos um teste de audiência em Brasília e ali meu filme teve 97% de aprovação. E a partir daí o filme começou a ganhar forças. Consegui apoio do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, ainda na gestão de Márcio Meireles.
iBahia - Em Brasília, “Filhos de João” ganhou alguns prêmios. Qual o sentimento? HD - É, foi fantástico. O longa ganhou quatro prêmios no Festival de Brasília e foi muito bom para um filme feito de forma independente. É uma premiação muito disputada e foi ótimo ter ganhado.
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"Filhos de João" é o primeiro documentário baiano a ganhar prêmio no In-edit |
iBahia - É a primeira vez que uma produção baiana ganha o In-edit Brasil. Qual a importância dessa vitória? HD - O prêmio veio confirmar a aceitação do público, já que foi uma votação popular. Eu estou muito empolgado com a possibilidade de o filme fazer uma boa bilheteria. É importante que o baiano veja filme baiano e que as grandes distribuidoras nacionais valorizem mais as nossas produções.
iBahia - Você vai representar o Brasil na edição de Barcelona. Como está a sua expectativa? HD - Eu estou muito feliz. Morei em Barcelona em 98 e não foi uma experiência muito legal, não. Mas voltar dessa forma, como cineasta, vai ser maravilhoso. No filme tive ajuda de um cara que é lá de Barcelona chamado Izqui (Joselito Cochran), mas hoje ele mora aqui em Salvador.
iBahia - Você é artista plástico, músico e cineasta. Tem alguma outra faceta do Henrique que as pessoas não conhecem? HD - Olha, músico na verdade eu não sou. (risos) Tive umas bandas, gosto de tocar violão e compor, mas músico é uma coisa muito mais complexa. O que as pessoas talvez não saibam é que eu sou um pouco caipira, sou meio recluso. Mora na Estrada do Coco, no meio do mato, e gosto muito dessa coisa de ir para a Chapada Diamantina.
iBahia - Já tem novos projetos em mente? HD - Sim. Tenho projetos ligados ao período da Ditadura Militar, a partir do ponto de vista de Olney São Paulo (1936 - 1978), um dos maiores cineastas baianos de todos os tempos, que foi preso e torturado. São dois documentários, sendo um curta e um longa, ainda para este ano. O curta-metragem é sobre o filme de Olney, que rendeu a ida dele para a prisão, e receberá o nome de “A Peleja do Sertão Cinzento”. Já o longa “Sinais de Cinza” vai focar maio o período político. Além deles, vou dar início ao meu primeiro longa-metragem de ficção, que será voltado para o público de 4 a 12 anos. O nome vai ser “Rodas do imaginário”.
Assista ao trailer de "Filhos de João, O Admirável Mundo Novo Baiano"![youtube RMpoSsSsT3Q]