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CINEMA

Filme leva aos cinemas anti-herói que caça políticos corruptos

Inspirado em quadrinho nacional, longa estreia nesta quinta

Redação iBahia • 01/11/2018 às 18:41 • Atualizada em 27/08/2022 às 8:15 - há XX semanas

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Inspirado em personagem criado pelo quadrinista Luciano Cunha, “O doutrinador” chega aos cinemas nesta quinta, em 400 salas do do país, apresentando ao público um vigilante que persegue e, sempre que possível, mata políticos corruptos e inescrupulosos com requintes de crueldade. Identidade secreta de um policial federal, o anti-herói tem como motivação uma tragédia pessoal: a perda de um ente querido, atingido por uma bala perdida. Ele não pode ser atendido adequadamente em um hospital público, em condições precárias por não receber verbas do governo.
Há muito tiro, porrada e bomba, além de uma variedade de efeitos especiais (leia a crítica do Bonequinho, que dorme) . E um elenco que, tirando o protagonista, interpretado por Kiko Pissolato, e sua ajudante, uma jovem hacker encarnada por Tainá Medina, está pontuado por participações de atores veteranos como Eduardo Moscovis, Marília Gabriela, Helena Ranaldi, Tuca Andrada e outros. É, segundo Gustavo Bonafé, que assina a direção com Fabio Mendonça, uma tentativa de fazer aqui um tipo de cinema de entretenimento como o que existe nos Estados Unidos:
— “O doutrinador” é um filme de entretenimento — decreta Bonafé. — Não faz apologia à violência, questiona inclusive isso. Todo mundo em volta do personagem o critica.
“No quadrinho tem essa carga de violência. Não íamos mexer nisso, foi um consenso geral entre todos nós. Há um público para esse tipo de filme”, afirma o diretor Gustavo Bonafé

O projeto prevê ainda uma série de sete episódios para o canal Space, com estreia prevista para o primeiro trimestre de 2019 — juntos, longa e programa de TV custaram R$ 16 milhões. A violência contida nele, diz o cineasta, foi um dos poucos elementos dos quadrinhos estrategicamente mantidos para atrair um público específico.

— No quadrinho tem essa carga de violência — diz ele. — Não íamos mexer nisso, foi um consenso geral entre todos nós. Há um público para esse tipo de filme, e acho que se a gente tirasse isso iria desagradar os fãs.
O personagem foi criado em 2008, mas se popularizou nas redes sociais, onde os quadrinhos eram publicados, em 2013, durante as primeiras manifestações contra o governo Dilma Rousseff. Em sua origem, era um homem cuja história estava ligada à luta contra a ditadura, mas, no Brasil conflagrado de 2013, passou a combater personagens da política reinante, como a própria presidente e o então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha. Um personagem que, como se diz hoje em dia, é “contra tudo isso que está aí”.
— É um personagem dúbio, porque tem várias leituras possíveis, não dá para sair muito dele. Como os quadrinhos têm muita correspondência com a realidade, resolvemos então tirar todas essas coisas e transformar em ficção — diz a produtora executiva do filme, Renata Rezende.
“O doutrinador” se passa na fictícia cidade de Santa Cruz, uma metrópole brasileira que se assemelha muito à São Paulo contemporânea, assim como a Gotham City de Batman tem muito de uma Nova York dos anos 1930 e 1940. E os políticos que habitam esse mundo, assim como personagens do poder judiciário e das forças policiais, são figuras completamente fictícias.
— Entre os políticos, tem o pastor, o cara ligado ao agronegócio, o prefeito corrupto, o cara mais ligado à comunicação. Tentamos colocar uma pitada de todos. Para evitar problemas com figuras específicas do mundo real — diz Luciano Cunha, que também colaborou no roteiro.
Realidade desleal
Ele observa que os quadrinhos eram “um retrato diário do que estava acontecendo na época”:
— Não dá para competir com a realidade brasileira. É até desleal, porque nenhum roteirista conseguiria inventar as coisas que acontecem hoje em dia.
Mesmo com todos esses cuidados, “O doutrinador” teve a estreia adiada do início de setembro para depois das eleições, de modo a evitar problemas de ordem partidária:
— O filme foi pensando como entretenimento, não era nosso intuito gerar uma ferramenta que pudesse ser usada por um partido ou por outro. Mas de provocar uma reflexão, sim, porque o final tem isso — diz Renata.

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