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CINEMA

Paulista estrela 'Filha do Mal', que faturou US$ 53 milhões

A maior surpresa dos produtores do filme americano de terror Filha do Mal foi investir US$ 1 milhão e arrecadar 53 vezes mais em quatro semanas só nos EUA

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11/02/2012 às 17:19 • Atualizada em 11/09/2022 às 10:15 - há XX semanas
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O mote não é propriamente novo, mas quem está atrás de coração na boca, susto é susto. O longa Filha do Mal, dos EUA, segue a linha de filmes como A Bruxa de Blair, vendido ao público como sendo baseado em cenas reais. A protagonista da trama é a paulista Fernanda Andrade, 27 anos, que já atuou em séries americanas e faz agora a estreia no cinema. Moradora de Los Angeles desde 2007, a atriz falou por telefone com o CORREIO com exclusividade na Bahia.
A brasileira Fernanda Andrade interpreta a protagonista de Filha do Mal
Filha do Mal guarda outras semelhanças com A Bruxa de Blair. É um filme de baixo orçamento, sobretudo para Hollywood. Foi feito de forma independente com US$ 1 milhão, o equivalente a R$ 1,720 milhão. A sequência de números está só começando. Distribuído pela gigante Paramount, a grande surpresa veio após o primeiro final de semana, período que funciona como termômetro para medir o sucesso ou fracasso nas bilheterias. Na ocasião, a produção arrecadou US$ 33 milhões, ou R$ 56,9 milhões – isso apenas nos EUA, onde o filme estreou no dia 6 de janeiro, em 2.285 salas. Para comparar, Missão Impossível 4 – Protocolo Fantasma, com Tom Cruise, arrecadou US$ 19 milhões na estreia. A exibição no Brasil começou no dia 3 e segue em cartaz pela segunda semana. Em três dias, arrecadou R$ 2 milhões e foi a segunda maior bilheteria nacional, atrás apenas de Viagem 2 – A Ilha Misteriosa. Santa Sé - Bem, chega de números e vamos para a história. Na tela, a jovem Isabella Rossi, personagem de Fernanda, vai ao Vaticano tentar desvendar três assassinatos supostamente cometidos 20 anos antes por sua mãe, Maria, interpretada pela atriz Suzan Crowley, durante uma sessão de exorcismo. Isabella decide fazer um documentário para entender o que teria acontecido de fato com a mãe. Segundo Fernanda, o sucesso do longa nos EUA – e no resto do mundo – pegou todo mundo de surpresa. “Assim como no filme, eu levei um baita susto. Um susto bom, claro”, afirma. A trajetória da brasileira começou a ser definida quando tinha 11 anos, quando a família se mudou de Campinas, em São Paulo, para Miami, nos EUA. Bailarina desde a infância, Fernanda retomou os estudos da dança em solo americano. Um dia, a professora resolveu fazer uns testes de câmera com as alunas. Segundo a atriz, foi um amor à primeira vista. A garota, então com 14 anos, ficou fascinada pelas lentes. Tomates - Como é de praxe, arranjou logo um agente que pudesse correr atrás de trabalhos. E eles começaram a aparecer. Em 2000, ganhou um papel em For Love or Country: The Arturo Sandoval Story, um filme para a televisão, produto comum nos EUA. Nos anos seguintes, fez participações em outros trabalhos. Em 2002, foi chamada para atuar em um episódio da série CSI Miami, sobre o universo de investigações criminais. Em 2010, gravou novamente uma edição do CSI, dessa vez para a versão nova-iorquina. Fernanda se esquiva e não responde quanto recebeu para protagonizar The Devil Inside, título original de Filha do Mal. “Não ganhei pouco, mas também não ganhei muito”, despista. Fernanda diz que está aproveitando o momento, focando na divulgação mundial do longa de terror. “Não sei por que o filme fez sucesso. Acho que há uma curiosidade macabra. Emoções fortes nos fazem sentir vivos”, opina. Apesar do sucesso nas bilheterias, o filme recebeu pesadas críticas. Segundo o jornal New York Times, Filha do Mal faz parte de um subgênero esgotado e ataca a falta de inventividade da produção. No site Rotten Tomatoes, que reúne impressões do público, o longa também não é poupado: apenas 5% dos internautas deram classificação positiva. Mais um? - Hollywood, em todo caso, vive de bons resultados financeiros e não de elogios. É possível que Filha do Mal ganhe logo uma sequência, como aconteceu com Atividade Paranormal – o primeiro filme da série, também de baixo orçamento, saiu em 2009, e o quarto longa já foi confirmado para 2012. As pistas para um provável Filha do Mal 2 surgem da própria Fernanda. “Por enquanto, não haverá continuação. Sei que (os produtores) estão conversando. Aliás, eu não sei de nada”, diz, entre risos. A entrevista com a brasileira durou exatos dez minutos e foi interrompida pela assessora de imprensa americana, indicativo que Fernanda mergulhou de cabeça na lógica empresarial do business. “Mas, rapidinho, Fernanda. Você conhece a Bahia?”. “Ai, que bom que você fez essa pergunta! Conheço!”, responde com empolgação. “No Reveillon de 2010 para 2011, fui com amigas de infância para Moreré, na Baía de Camamu. É um paraíso, não queria mais sair de lá”, conta. Ainda bem que Fernanda conheceu o estado sem uma greve da PM. Corria o risco de achar tudo um terror.

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