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COISA DE CINÉFILO

Babilônia é o próprio caos de emoções a que se propõe; veja crítica

Longa conta com elenco de peso, incluindo Brad Pitt, Margot Robbie e Diego Calva

Marcela Gelinski • 14/01/2023 às 18:00 - há XX semanas

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					Babilônia é o próprio caos de emoções a que se propõe; veja crítica
Foto: Divulgação

Estreia na próxima quinta-feira (19) o longa Babilônia, do diretor Damien Chazelle (La La Land - Cantando Estações). Este filme conta com elenco de peso, com um trio principal formado por Brad Pitt (Era uma Vez em… Hollywood), Margot Robbie (O Esquadrão Suicida) e o novato Diego Calva. Adentrando num formato bem excêntrico, o cineasta aposta tudo na criação de um épico, mas perde alguns pontos pelo caminho.

Manoel (Calva) é um mexicano pobre e sonhador que acredita na magia do cinema. Ele tem empregos simplórios, como segurança de festa, que o fazem ficar ligeiramente mais próximo dos produtores dos filmes. Em dado momento, ele acaba conhecendo Nellie LaRoy (Robbie), uma jovem aloucada que chega de penetra em um dos eventos em que ele está trabalhando e se destaca nos convidados. A festa em si é uma completa babilônia, com muita droga, sexo exibido, bebidas. A completa visão do caos moral e estético. Em meio a tudo isso, chega Jack Conrad (Pitt), um famoso ator do momento.

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A medida que o filme avança, vamos acompanhando o destrinchamento deste trio principal e todos os personagens que os envolvem. Chazelle não se apressa em nos inserir nas tramas, para conquistar o público através de seus protagonistas. Enquanto isso, ele vai dando sinais de qual é o verdadeiro propósito daquilo tudo. O ritmo do filme, inclusive, é um dos maiores destaques, pelo menos, até certo ponto. Isso porque a terceira parte é bem desconexa com as demais. Mas ainda chegaremos lá.


				
					Babilônia é o próprio caos de emoções a que se propõe; veja crítica
Foto: Divulgação

Com uma trilha sonora detalhadamente escolhida, o espectador passa por diversas emoções ao mesmo tempo. E este é o intuito. Em dado momento, logo no começo, Manoel fala que o que ele mais ama no cinema é a possibilidade de viver realidades que ele nem imaginava que existiam. É sentir emoções, das mais variadas, sem precisar vivenciá-las. E Babilônia é o retrato disso. Passamos por quase todas as emoções possíveis em um único filme. E este é um ponto importante para mim, pois é a conversa direta da história do roteiro com a sua execução.

Ainda que não seja o objetivo específico do longa (ou talvez seja), temos alguns momentos bem reflexivos, especialmente com o personagem de Brad Pitt. A sua crise existencial, a queda de sua carreira, a forma como lida com suas emoções. É um ótimo papel dele, por sinal, que está dedicando inteiramente em cena.

O mesmo podemos dizer de Margot Robbie. Mais uma vez ela mostra ser capaz de fazer absolutamente qualquer tipo de filme e papel, e ainda ser excelente em todos. Não vai demorar para ter uma estatueta na mão, isso posso afirmar. Ainda que ela tenha alguns trejeitos que podemos observar em outros filmes, a sua LaRoy aqui é visceral.

Claro que as demais atuações completam o cenário como um todo, tornado a trama muito mais crível e boa de assistir. Jean Smart (Mare of Easttown), Lukas Haas (As Viúvas), Tobey Maguire (Homem-Aranha: Sem Volta para Casa), entre outros, fazem com que a babilônia se torne tão real e caótica quando poderia ser.

O filme se perde, no entanto, quando atinge seu ápice e simplesmente não consegue lidar com ele. A única finalização majestosa é a do personagem de Pitt, que completa o arco perfeitamente. Para além disso, ficamos um bom tempo dando voltas sem um rumo preciso, destoando completamente de tudo que acompanhamos nas horas anteriores. Afinal, temos que lembrar aqui que são 3h10 de filme. Algo que por si só já implica em muitas dificuldades.

Ao final, temos que lidar com uma espécie de "masturbação cinematográfica" - como bem pontuou uma querida amiga -, onde o diretor parece ficar gritando e dizendo: "Olhem para mim, olhem como sou incrível, olhe que obra-prima eu criei". Sendo que nada disso seria necessário se ele simplesmente finalizasse corretamente o excelente filme que havia criado até ali. Mesmo para os cinéfilos de plantão, o exagero é incômodo.

Tudo isso, no entanto, não impede que Babilônia seja um ótimo filme e com muitos pontos de qualidade. Acredito que não seja a chuva de premiações que estavam especulando anteriormente, mas certamente pode colocar seu pezinho no Oscar, pelo menos nas categorias técnicas. Vale a pena conferir, mas vá preparado pois, mesmo que não pareça, o filme é quase do tamanho de Titanic.


				
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Imagem ilustrativa da coluna Coisa de Cinéfilo
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