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'The Flash' aposta em nostalgia de personagens

Muitos personagens antigos e afetivos aparecem no longa, que estreou hoje. Confira quais na crítica de Marcela Gelinski

Marcela Gelinski • 15/06/2023 às 17:05 - há XX semanas

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					'The Flash' aposta em nostalgia de personagens
Foto: Divulgação/Warner

Mais um longa de super-herói chega aos cinemas. Esta é a vez de The Flash, aguardado filme que promete um desfecho do universo da DC, que já avisou recentemente que dará um reboot na maioria dos personagens. Notícia essa que já me deixou bastante inconformada, já que não consigo visualizar outros atores na pele de Superman e Mulher-Maravilha, que não sejam Henry Cavill (Enola Holmes) e Gal Gadot (Alerta Vermelho), respectivamente. Lamentos a parte, aqui em The Flash, Barry Allen, interpretado pelo polêmico Ezra Miller (Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore) simplesmente não consegue largar a história da morte da mãe e, consequente, prisão do pai. Em um momento de dor e frustração, ele acaba descobrindo que a sua velocidade permite que ele viaje no tempo e espaço, o que o faz querer voltar no passado e salvar sua mãe. Claramente as coisas não saem conforme o esperado e ele acaba imerso no desespero do multiverso.

Particularmente, não aguento mais filmes que coloquem o multiverso como cerne da questão. É como se nada mais fosse definitivo, já que o personagem pode simplesmente voltar em algum momento em que o roteiro entender que isso seja interessante.

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Essa equação do multiverso só funciona quando utilizada em doses homeopáticas e não é isso que vem acontecendo ultimamente. Até o filme que ganhou o Oscar, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, fez uso desta técnica. Ou seja, já vejo este mercado como saturado. Porque agora você tá me dizendo que o personagem X morreu, mas pode ser que daqui uns anos, se isso for conveniente, ele possa ressurgir das cinzas com essa desculpa. Acho bem problemático.


				
					'The Flash' aposta em nostalgia de personagens
Foto: Divulgação

Aqui especificamente em The Flash, acredito até que o uso foi bem dosado e com uma argumentação válida. O que move o protagonista neste sentido é a dor do luto nunca superado. E nada mais justo que isso para fazer qualquer pessoa tentar o impossível. Outro ponto importante é que obviamente não dá certo e o personagem sofre as diversas consequências de seus atos. Não há impunidade para quem quer mudar o fio do tempo e as coisas não vão sair exatamente como esperamos.

Nesta tentativa de resolver tudo e consertar os erros, Barry enfia mais ainda os pés pelas mãos. É uma sucessão de remendos que tornam cada vez mais complicado o cenário. Sozinho e desamparado, já que o multiverso te rouba as pessoas que mais confia, ele precisa seguir seu instinto de tentar reduzir os danos e tomar as decisões corretas. Tudo isso enquanto tenta controlar a si mesmo, como um paradoxo interessante da nossa dualidade interior.

Muitos personagens antigos e afetivos aparecem neste meio do caminho. O principal, claro, é o Batman de Michael Keaton (Os 7 de Chicago). Ele não apenas traz de volta o seu personagem dos anos 1989, como toda a atmosfera que o envolve. Um homem-morcego mais tradicional, com várias gambiarras tecnológicas, morcegos voando ao redor e os bat-móveis característicos. É realmente fantástico e inserido de uma maneira assertiva.

Não há como ignorar, no entanto, toda a polêmica que envolve Ezra Miller. Ainda que ele nos ofereça uma boa atuação, como é de seu costume, é complicado esquecer que ele foi envolvido em inúmeros casos problemáticos de violência, agressão e abuso, dos quais vários ele chegou a confessar. Fica muito claro que ele só está ali por dois motivos simples: dinheiro e é branco. Porque se fosse um ator negro e o filme não estivesse pronto, as consequências viriam antes de qualquer confirmação, como no caso de Jonathan Majors (Creed III).

Seguindo o fluxo, The Flash é uma boa finalização de uma era bem bacana da DC. Ainda que eu lamente as decisões do estúdio quanto aos seus protagonistas, esse filme consegue dar um desfecho minimamente respeitoso e lógico. Via de regra, sempre acabo achando que as produções da DC são superiores, especialmente em roteiro, do que as da Marvel, que só ganha mais notoriedade pela quantidade absurda de filmes que são lançados. Aqui eu vejo mais equilíbrio e sensatez.


				
					'The Flash' aposta em nostalgia de personagens
Imagem ilustrativa da coluna Coisa de Cinéfilo
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