Dados da pesquisa ‘Mapeando um Ambiente Pró-família nas Organizações’, realizada pela consultoria Filhos no Currículo, em parceria com a Talenses Grupo, expôs que as profissionais que são mães se sentem menos satisfeitas quanto ao acolhimento no ambiente de trabalho, se comparado à satisfação expressa por pais e lideranças.
Um estudo realizado pelo Grupo Globo revelou que 48,7% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres, e que, na contramão do bem-estar, elas também representam 14,9% das pessoas em situação de desemprego, expondo mais alguns dos desafios vivenciados por mães e mulheres no mercado de trabalho contemporâneo.
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Provocadas constantemente, a mulheres quando optam pela maternidade amargam ainda mais desafios frente ao preconceito, cobranças e aprendizados na divisão das “funções”, seja no ambiente corporativo ou até mesmo em casa, causando muitas vezes frustrações e incertezas sobre a forma “correta” de agir.
“Para mim um grande desafio é conseguir acompanhar todos os detalhes no desenvolvimento do meu filho e dar atenção a ele. Doar o restinho do tempo que sobra para brincar, ouvir suas descobertas e conversar mesmo. O cansaço, devido as diversas atividades que desempenhamos, muitas vezes me tira a oportunidade de viver esses momentos, gerando incertezas e sensações”, explica Anakarine Lopes, publicitária, 37 anos.
Um relatório apresentado pelo Panorama da Mulher, em 2019, escancarou que 30% das mulheres abandonam os seus empregos para cuidar dos filhos. Acontece que, enquanto muitos pensam que essa é uma decisão simples, fácil e racional para todas elas, no intuito de se dedicarem à maternidade, dados da Vagas.com revelaram que 52% das mães entrevistadas em sua última pesquisa, afirmam ter vivido constrangimentos no ambiente profissional, por causa da gravidez ou da licença-maternidade.
Segundo Priscila Mércia, mãe, empreendedora e relações públicas, “o mercado está em constante mudança e atualização, ser mãe necessita de presença e dedicação, principalmente para as mães que não possuem uma rede de apoio. Com isso, ficamos ausentes dos ambientes de trocas profissionais, comerciais e com o networking desatualizado, consequentemente somos menos requisitadas para oportunidades de trabalho”, destaca.
De acordo com o estudo “Empreendedorismo no Brasil 2019: um recorte de gênero nos negócios”, realizado pela Rede Mulher Empreendedora, mais de 50% das mulheres que empreendem são mães. Esse é o caso de Ana Paula Pereira, designer de moda e empresária, que se divide entre os negócios e a maternidade.
“São dois papéis sociais superimportantes que caminham lado a lado, e que ao mesmo tempo trazem uma completude que deixa meu coração aquecido. Não é uma jornada fácil, exige muita responsabilidade, dedicação, pra que eu me sinta feliz e orgulhosa. Trabalhar com o que eu amo é um privilégio, ser mãe é uma dádiva. O design de acessórios me transforma numa antena do mundo e artesã sensível. Já a maternidade espera que eu seja uma artesã da vida traçando com capricho tudo que espero de melhor para minha filha”, sinaliza Ana Paula.
Dito tanto, é importante refletir sobre como empresas, organizações e redes de apoio podem contribuir para que mais mulheres se sintam libertas para escolherem a maternidade, sem preocupação com os reflexos em sua carreira, o isolamento social ou a indiferença frente as necessidades que surgem.
Maternar é uma escolha individual e que deve ser vista a partir de suas especificidades quando alinhadas à família + mercado de trabalho. Refletir, amparar e implementar políticas efetivas nas empresas estão entre as necessidades emergentes da atualidade.
Aproveito para deixar um feliz dia da mães para todas as mães que nos leem, em especial um beijo gigante para a minha.
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