Você que acompanha o portal iBahia deve ter visto por aqui que o Superman brasileiro Leonardo Muylaert andou “sobrevoando” (risos) o Pelourinho, o Farol da Barra, o Elevador Lacerda, a Fonte Nova e até tomou um banho de mar com a mãe e as irmãs na praia do Porto da Barra... “Não teve energia igual a Bahia nem em Krypton”, brincou o cosplayer brasileiro do Superman.
Embora não tenha dado muita sorte aos tricolores quando foi assistir ao jogo Bahia X Santos, na Fonte Nova, o Superman brasileiro provoca um efeito mágico e encantador por onde passa. Consegue despertar no público todo o imaginário que acompanha a sua personagem, fazendo com que crianças, jovens e adultos interajam e abram um belo sorriso ao vê-lo.
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É nessa hora que a figura da personagem é predominante, quase não importando saber qual a identidade quase secreta de seu cosplayer brasileiro. E você nem imagina, parafraseando Shakespeare, que há mais mistérios entre nosso Superman e a Bahia do que sonha a nossa vã filosofia.
Com 35 anos de idade, 106 quilos e tamanho digno de um super-herói (2m03cm), o advogado brasiliense, Leonardo Muylaert já jogou basquete nos Estados Unidos, praticou atletismo e pasmem: já pulou muito carnaval em Salvador, em blocos como o EVA e o Coruja, na pipoca, em shows e camarotes. Declaradamente eclético, diz gostar de diversos artistas e estilos musicais, como Ivete, Margareth Menezes e Saulo. Como se bastasse essa baianidade toda, o DNA do Superman brasileiro é, genuinamente, baiano. Mas, e esses olhos azuis e essa cor branca europeia de onde vêm?
Só para começar, saiba que o avô materno e a mãe do nosso Superman não nasceram em Krypton. Quer saber de onde são? Acredite: soteropolitanos, de ascendência italiana. O Dr. Newton Muylaert, médico formado pela UFBA na mesma turma do pai do cantor Giberto Gil (o Dr. José Gil Moreira); a mãe, dona Teresa, jornalista e arquiteta; o avô paterno, imagine só... de Valença, na Costa do Dendê. Infelizmente, seu pai, o advogado e administrador carioca, senhor Francisco, e seus avós, já são falecidos.
Antes mesmo de sonhar em se tornar herói intergaláctico (risos), Leonardo Muylaert, ainda adolescente, já bateu muita perna, de férias, por Salvador. Da Barra ao Bonfim, acompanhando da família. Seu irmão George, chegou a estudar e morar na capital baiana, num apartamento adquirido por sua mãe na Barra. Muylaert já antecipa aqui que pretende voltar à Bahia muito em breve e que tem expectativa de convites para desfilar no carnaval. Mas vale relembrar aqui como é que o advogado descobriu que tinha esse talento.
Isso tudo tem muito pouco tempo. Mais ou menos, um ano. Ele nem sequer tinha rede social. A única coisa que sabia é que estava carente de uma rotina mais criativa. O acaso acabou dando pistas para o caminho que começou a seguir, quando filmaram ele na fila do festival de cultura pop CCXP, em dezembro do ano passado.
O advogado chamou à atenção pela semelhança com Christopher Reeve, primeiro intérprete de Superman no cinema. De óculos e vestido com uma camisa xadrez, ficou muito semelhante ao Clark Kent da década de 1970. A fila em que ele estava era para um painel com Mark Waid, escritor e editor da DC Comics, que também ficou surpreso com a semelhança e pediu para tirar uma foto com ele. O vídeo foi parar no Tik Tok e ultrapassou mais de 1 milhão de visualizações.
Foi aí que os fãs do universo geek o procuraram para falar da repercussão do vídeo, que o motivou e o incentivou a assumir o papel do cosplay brasileiro do Superman. Daí, tudo ficou mais sério... Fazendo até com que ele importasse da Argentina uma réplica do traje original do super-herói na década de 1980. E aí começou a viajar pelo Brasil e a gravar os primeiros vídeos para as redes sociais: Brasília, Juiz de Fora, Rio de Janeiro, Passos, Salvador e, mais recentemente, em Cuenca, no Equador, onde ele foi trabalhar como jurado num concurso de cosplayers.
“Só escuto palavras de encorajamento. Há muito nostalgia por onde passo. Eu costumo dizer que eu realmente trago para as pessoas essa memória do Christopher Reeve. E muita gente me diz, nas minhas visitas, que estava num dia triste e que eu acabei trazendo alegria”, percebe o cosplayer.
Muylaert vem descobrindo diariamente seus superpoderes, ao alegrar o cotidiano de muita gente com a sua presença, nas ruas, em escolas, em hospitais, em projetos sociais. E um dos registros de suas ações sociais vai ganhar em dezembro destaque internacional. A edição 1.060 da DC Comics, com lançamento em dezembro nos EUA, terá capa com uma ilustração inspirada numa foto do cosplayer brasileiro, criada por Jorge Jiménez, ilustrador da revista Action Comics.
Presente nas principais redes sociais (no instagram como @tallclark ), o nosso astro vem ganhando destaque na Imprensa nacional e já teve até vídeo retuitado por James Gunn, roteirista e diretor norte-americano que escreveu e dirigiu filmes de super-herói como os Guardiões da Galáxia (2014) e Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) e O Esquadrão Suicida (2021). O retuíte alcançou mais de 5 milhões de visualizações.
Com muitos planos e missões a cumprir, o Superman brasileiro tem na solidariedade o seu maior superpoder. Quer fazer desse planeta um planeta melhor e mais humano. Dessa forma, só resta mesmo um desejo: para o alto e avante!
