Dia 20 de maio é o Dia Mundial da Abelha. Pequenas, silenciosas, essenciais, as abelhas exercem um papel crucial na manutenção da vida no planeta. Elas são responsáveis por uma parte significativa da polinização das plantas, o que garante diversidade, equilíbrio e alimento. Mas será que temos consciência real desse impacto? Será que damos o devido valor ao que sustenta a vida de forma discreta?

É importante lembrar que, sem as abelhas, o mundo enfrentaria um colapso ecológico e econômico. A escassez de alimentos, o desequilíbrio dos ecossistemas e até o impacto direto em nossa saúde seriam apenas algumas das consequências. O desaparecimento das abelhas não é apenas um risco ambiental; é uma ameaça silenciosa à continuidade da própria existência. Por que ainda ignoramos essa urgência?
Leia também:
Buscando refletir além da biologia, percebo que as abelhas também nos ensinam sobre presença, escuta e ação sem alarde. Elas nos provocam a pensar: por que associamos valor ao barulho, ao desempenho, ao excesso? Quantas vezes desconsideramos o que nos sustenta apenas porque não brilha? O que estamos perdendo quando ignoramos o voo solitário de quem poliniza o mundo em silêncio?

Olhar para isso me faz refletir: quem são as pessoas ao nosso redor que transformam a vida sem precisar ser vistas? Quem são aquelas presenças que chegam sem alarde, habitam o nosso cotidiano com leveza e, mesmo no silêncio, fazem diferença? Como a abelha, há pessoas cuja presença é mais sentida do que exibida. Sua força é silenciosa, mas profunda. São como a água: fluem sem esforço, adaptam-se, nutrem. Não se impõem, mas se implicam. Estar perto delas é perceber que o essencial não grita — apenas existe, e transforma.

Reconhecer quem são essas abelhas em nossas vidas pode ser uma virada de chave. Quantas vezes ignoramos o valor do que é discreto, do que não se exibe, mas sustenta? Será que sabemos perceber a beleza do que é leve, calado e ainda assim potente? Por que tantas vezes associamos presença à performance? Será que aprendemos, de fato, a escutar o que não faz barulho? E se amar também for reconhecer o gesto sutil, o cuidado silencioso, o voo que ninguém vê, mas que poliniza tudo ao redor?

Afinal, a abelha voa sozinha, mas é no seu silêncio que a vida floresce. Talvez devêssemos aprender com ela que nem toda solidão é ausência. E que há beleza no que é feito com delicadeza, sem plateia, com vocação. Viva a abelha — e tudo que ela simboliza. Viva o que é sutil, o que sustenta, o que permanece.

Fabiano Lacerda
Fabiano Lacerda
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
