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Gestão e Carreira

Publicidade e astrologia: como dois caminhos profissionais coexistem

Cainã Monteiro fala da sua trajetória na publicidade e com astrologia e tarot, interesses pessoais que se tornaram parte do seu projeto profissional

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Cristiano Saback

18/08/2025 às 10:14 - há XX semanas
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Criatividade com ascendente em intuição. Ele sempre esteve cercado por imagens, narrativas e seus significados. Formado em publicidade, hoje divide a sua agenda entre os atendimentos publicitários e os “hobbies” que viraram atividades profissionais: astrologia e tarot. Cainã Monteiro, 39 anos, dedica-se às imagens. Seja na criação de uma marca, campanha publicitária, mapa astral ou tarot, tudo remete aos símbolos.


					Publicidade e astrologia: como dois caminhos profissionais coexistem
Publicidade e astrologia: como dois caminhos profissionais coexistem. Foto: Arquivo Pessoal

Nas suas esferas de atuação profissional o que ele gosta mesmo é de lidar com pessoas. Desde a promoção daquilo que provoca o desejo e credibilidade até o seu outro lado que propõe caminhos de percepção para tomadas de decisão. Ele entende de gente e gosta de gente e, isso, faz muita diferença na sua carreira.

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Com uma escuta sensível e criativa, uma paixão genuína por pessoas e o desejo de provocar reflexões, nesta entrevista para a coluna Gestão e Carreira, Cainã fala de criatividade, intuição, praticidade, mudanças de rota e o prazer em ajudar alguém a tomar decisões: seja com uma campanha bem executada ou uma leitura de cartas assertiva.

Cristiano Saback: Cainã, antes mesmo de você dar espaço para uma atuação com a astrologia, sua atividade principal sempre foi na área de comunicação. Como foi o início da sua trajetória como publicitário?

Cainã Monteiro: Saback, teve uma época na minha vida que eu percebi que tudo pra mim era audiovisual. Meu pai é músico e minha mãe bailarina. Cresci numa casa cheia de referências. Escolhi publicidade. Aí comecei a me envolver com roteiro e campanha publicitária. De alguma forma, trazendo à vida uma paixão minha que eu tenho desde sempre: o cinema. Toda construção narrativa e cheia de símbolos, sempre alimentou minha imaginação e naquele momento começava a despertar a minha criatividade, também. Desde que eu comecei, os trabalhos não pararam. Modéstia à parte, o reconhecimento do meu trabalho, na publicidade, veio cedo com ideias e a criação de roteiros para campanhas publicitárias. A partir daí as pessoas passaram a me indicar de um trabalho para outro.

CS: Então sua atuação sempre foi de forma autônoma?

CM: Não. Enquanto cursava publicidade, consegui um estágio numa agência para atuar com redação publicitária. Foi quando comecei a fazer roteiro para propagandas de televisão, ainda como estagiário. Depois atuei em agência de turismo, empresa de construção e outros setores. Até conquistar um contrato com um grande laboratório de referência na Bahia. Aí atuava dentro da empresa mesmo. Era responsável pela criação de roteiros publicitários para tv, rádio e produção de peças. Corria atrás pra executar a ideia. Até quando tinha que correr atrás de um artista famoso, para estrelar as campanhas, eu entrava em contato e depois passava a bola para a contratação. Na verdade, o sucesso da publicidade só é possível dentro de uma comunicação integrada. É preciso a empresa entender que a mágica não acontece sozinha, todos os outros setores têm que estar em sintonia e comprometidos com uma campanha.

CS: E atualmente, como está a sua atuação num mercado tão concorrido? E com a chegada da IA (Inteligência Artificial), que é encarada como uma ameaça à pulsão criativa do publicitário?

CM: Hoje eu tenho uma empresa de publicidade com meu sócio Igor Luz. Há 03 anos resolvi mudar de cidade e saí de Salvador para Vitória da Conquista (Ba). Isso aconteceu devido ao meu casamento e entender que o meu trabalho estava mais em home office do que presencial. A gente atende clientes do Brasil inteiro e de forma remota. Funciona muito bem. Aliás, posso dizer que funciona de forma excelente. Hoje consigo ter mais qualidade de vida. Quanto à IA, não vejo como uma ameaça. Enxergo como uma ferramenta. Claro que tem que saber como usá-la. A IA pode até ter uma ideia que não tive, mas antes disso ela precisa do meu repertório, da minha competência e da minha criatividade para apresentar soluções. Ou seja, ainda não funciona sem o ser humano estar pronto para dar o comando certo. Aliás, o profissional que não entender o mínimo de engenharia de prompt, esse sim, vai acabar ficando pra trás. Quanto mais repertório, mais o profissional consegue entregar qualidade e criatividade. A grande sacada é construir um mapa mental que consiga fazer as ideias e repertórios conversarem e entregar as melhores soluções.

CS: Cainã, na prévia desta entrevista, percebi, durante a conversa, que você adotou um interesse pessoal como parte do seu projeto profissional. É um lado B, que estava escondido? Pode me falar mais disso?

CM: Saback, sempre gostei de gente e símbolos. Entender o olhar, a percepção e o comportamento através deles. Isso me ajuda muito na minha atuação como publicitário. Mas sempre fui interessado, também, pela essência humana. Filmes e séries sempre foram boas referências para mim. Nunca foram um “passa tempo”. Estou falando isso para você entender melhor meu lado B: a astrologia e o tarot. Acho que nunca foi um hobby, sempre foi um interesse genuíno de entender melhor as pessoas e provocar reflexões para tomada de decisão. Fui atrás, estudei e ainda estudo. Assim como faço com a publicidade. A gente tem que estar sempre melhorando e se atualizando, né? No início fazia leituras para mim e para um cenário específico. Vi as coisas funcionando e as cartas me dando direcionamentos importantes. Aí resolvi “jogar” para os amigos. E não é que deu certo? Hoje, nas minhas sessões com meus clientes, seja jogando tarot ou fazendo mapa astral, sempre trago referências de filmes, séries e livros. Depende muito do perfil da pessoa. Aí tenho que perceber isso e fazer a indicação certa. Inclusive citando algum personagem ou situação, para que a pessoa possa fazer a conexão com a leitura que eu estou entregando.

CS: Agora fiquei curioso! O que as cartas dizem para os piscianos nesse segundo semestre? (risos)

CM: É o seu signo? (risos)

CS: Sim

CM: Aí teria que abrir o tarot pra você ou fazer seu mapa astral. Mas como não temos tempo para isso, vamos fazer algo mais prático. Me diz a sua data de nascimento que vou lhe dizer qual é a sua carta pessoal.

CS: (data de nascimento informada)

CM: Bem resumidamente: sua carta pessoal do tarot é O Carro. Ela representa determinação, superação de desafios e força para seguir em frente com foco e coragem.

CS: Relembrando os acontecimentos e a minha trajetória, essa carta faz total sentido. (risos). Obrigado! Agora entendi o porquê você está colocando em prática esse seu outro talento. Mas como você gerencia o tempo? Prioriza mais um do que o outro ou as duas atividades coexistem normalmente?

CM: Então, olha só, eu acredito na praticidade. Apesar de gostar e saber ler as simbologias, para mim, as decisões têm que ser planejadas e com praticidade na sua execução. Então, posso dizer que sim, essas duas atividades coexistem normalmente. Uma não atrapalha a outra. Meu olhar estratégico para a gestão de tempo, me ajuda bastante para o cumprimento de tarefas. Inclusive, minha atuação com publicidade me trouxe bastante disciplina para entregar resultados no prazo. Comunicação trabalha com prazo. E dentro dos meus estudos trouxe a astrologia também. Faço mapa astral para os meus clientes. Para toda a minha atividade profissional eu coloco prazos no meu planejamento. Percebo que isso tem um impacto importante na qualidade da minha prestação de serviços. Porque deixa todos mais seguros sobre direcionamentos e satisfaz a expectativa do meu cliente. Seja ele da minha agência ou para aqueles que eu atendo jogando tarot ou fazendo o mapa astral.

CS: Qual a carta que representa um profissional que tem um perfil como o seu que consegue desenvolver atividades diferentes com foco, disciplina e entrega de qualidade para os clientes?

CM: (risos). Já fiz isso. A Imperatriz e o Rei de Espadas. A primeira é uma carta que está ligada a fertilidade e ao poder criativo. Na parte de publicidade isso é essencial. E a parte de intertextualizar filmes, livros e séries, com contextos do tarot e da astrologia, vem com essa característica da Imperatriz também. Já a segunda revela um perfil do arquétipo do gestor: planejador, estratégico, pensamento e toda a parte da mente. Da gestão de tempo à execução. Me espelho muito nessa carta porque está ligada ao meu lado prático e estratégico. Então, quando há a união dessas duas cartas num perfil, acho que o profissional consegue, sim, dar conta de atividades diferentes com foco e qualidade. Perceba que há um equilíbrio entre elas, funcionam como forças complementares.

CS: Qual conselho você dá para quem pensa em transformar um interesse pessoal numa atividade profissional?

CM: Não abandone uma coisa pra fazer outra. Algumas atividades podem coexistir. Claro que tem gente que precisa ou quer fazer uma transição de carreira. Aí já é preciso um acompanhamento profissional, para dar esse passo. Mas esse não foi o meu caso. Sou apaixonado pelo que eu faço. Meu maior desafio foi conectar um interesse pessoal como algo que poderia se encaixar no meu projeto profissional. Cada caso é um caso. É importante uma boa dose de autoconhecimento para não tomar decisões precipitadas. Eu consegui equilibrar tudo isso, mas não foi do dia para a noite. É importante entender o tempo de cada um e como essa estrutura pode ser viável sem uma atrapalhar a outra ou ficar com sobrecarga de trabalho. Aliás, o trabalho, também, tem que ser fonte de prazer, renovação e descobertas constantes.

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