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Para ouvir e refletir em 2024: dez cantoras da nova geração da MPB

Mariana Nolasco, Tulipa Ruiz, Luedji Luna são algumas das artistas da lista

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Vanessa Brunt

02/01/2024 às 15:30 • Atualizada em 03/01/2024 às 1:58 - há XX semanas
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Rita Lee, Elis Regina, Cássia Eller, Gal Costa, Maria Bethânia, Ana Carolina. Você já deve ter ouvido falar em todos esses nomes. Afinal, são de grandes mulheres influentes na formação do que hoje chamamos de MPB. A sigla, derivada da expressão Música Popular Brasileira, é um gênero musical surgido no Brasil em meados da década de 1960.


				
					Para ouvir e refletir em 2024: dez cantoras da nova geração da MPB
Mariana Nolasco, Tulipa Ruiz, Luedji Luna são algumas das artistas da lista. Foto: Tom Rodriguês/Divulgação

A MPB surgiu a partir de 1966 na cidade do Rio de Janeiro com a segunda geração da bossa nova, mas com uma forte influência do folclore brasileiro que já vinha desde 1932.

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O estilo é conhecido por ter letras mais poéticas, repletas de críticas sociais e de reflexões sobre amor e sentimentos diversos. Mantido pelas mãos de relevantes compositores, ele prossegue inspirando gerações.

E quem disse que hoje já não existe mais uma boa música advinda de uma nova MPB? Você conhece o novo cenário de mulheres que estão nesse mercado, cantando e compondo? Para dar suporte aos seus ouvidos, o NÃO ÓBVIO trouxe uma lista especial que mostra nomes imperdíveis da nova era da Música Popular Brasileira. Confira:

1. Mariana Nolasco | @mariananolasco

Antes de começar a lançar seus discos, Mariana Nolasco já era conhecida por ser dona do maior canal do YouTube de covers da América Latina, com vídeos que reúnem mais de 200 milhões de visualizações (em torno de 10 milhões para cada) e com um canal que conta com mais de 3 milhões de inscritos.

Mas a cantora, compositora e youtuber não parou por aí. Com clipes cada vez mais poéticos e com letras maduras, que falam sobre amor a dois, amor-próprio e sobre reflexões da vida em geral, ela mostrou a que veio.

A artista de 22 anos, que está preparando seu novo álbum e já lançou o novo single (Era Amor), se mantém sempre ativa nas redes e refresca a nova MPB alcançando um público jovem e focado em poesias.

2. Céu | @ceu

Paulista, nascida nos anos 80, Céu foi uma das primeiras mulheres brasileiras a ser indicada ao Grammy Awards devido a grande repercussão do seu primeiro disco, denominado “CéU”.

A cantora trás em suas obras seu estilo único de cantar, aliando as melodias à sua personalidade e a letras fortes. Sensualidade e leveza se misturam na sua maneira de enxergar a vida e transformá-la em letras.

Seu trabalho, focado na MPB, traz influências do samba, hip hop, afrobeat, jazz e R&B. Em 2009, ela lançou seu segundo álbum, Vagarosa, que recebeu grande aclamação da crítica internacional. No mesmo ano, foi considerada pela revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes de 2009. Hoje, Céu continua lançando novas músicas e álbuns.

3. Roberta Sá | @robertasa

Roberta Sá tem uma voz doce, para quem quer acalmar o coração. Suas melodias leves se atrelam a letras sobre autoconhecimento, amor e lutas. Apesar de ser focada na MPB, ela também apresenta músicas que são advindas do samba e da bossa nova.

A discografia da artista conta com seis álbuns de estúdio. Em 2007, Roberta Sá foi indicada ao Grammy Latino na categoria de Artista Revelação, juntamente com o sambista Diogo Nogueira.

E quem não lembra da música Pavilhão de Espelhos, que fez sucesso na novela "Cheias de Charme?"

4. Mallu Magalhães | @malluoficial

Mallu Magalhães é cantora, compositora, instrumentista e produtora musical brasileira. Com quatro álbuns e um DVD lançados, alguns dos seus maiores sucessos são "Velha e Louca", "Você Não Presta", "Tchubaruba"," Sambinha Bom" e "Shine Yellow".

Para quem busca letras empoderadas e muita sensação de liberdade, ouvir Mallu pode ser a pedida ideal. O clipe acima, inclusive, já apareceu aqui no NÃO ÓBVIO na lista de 6 lugares que foram cenários de videoclipes para conhecer pelo Brasil.

A cantora, porém, já se envolveu em algumas polêmicas sobre racismo. Em relação ao clipe de "Você Não Presta", por exemplo, o público apontou que o vídeo estaria hipersexualizando negros. Na produção, bailarinos negros, sem camisa ou com poucas roupas, dançam usando movimentos que remetem ao samba, hip hop e danças africanas enquanto Mallu, a única branca e única com mais roupas que os demais, desfila e canta entre eles.

As críticas ocorreram em 2017 e a artista pediu perdão. “Fico muito triste que o clipe possa ter ofendido alguém. Gostaria de pedir desculpas. Meu trabalho e minha mensagem têm sempre finalidade e ideais construtivos, nunca, de maneira nenhuma, destrutivos ou agressivos”, afirmou.

5. Luedji Luna | @luedjiluna

Luedji, nome de origem africana, significa “amizade, rio e lua” como mecionado pela própria artista em entrevistas. Por ter um pai músico, a cantora desde sua infância manteve uma forte ligação com a música e a arte. Aos 17 anos, descobriu o talento de compôr, aos 22, ingressou no campo do estudo de canto popular.

Em 2017, a cantora lançou seu primeiro álbum: "Um Corpo no Mundo", sendo o único da sua carreira até então. A artista trás consigo a voz de indignação sobre todos os preconceitos que já sofreu durante a sua vida e carreira. O racismo, a xenofobia, e a intolerância religiosa são as principais pautas que ela aborda e tece críticas em suas letras.

Tendo uma voz marcante e uma presença indescritível, Luedji Luna é uma das principais promessas da nova MPB.

6. As Baías e a Cozinha Mineira | @asbaias

A banda As Baías é composta, em sua linha de frente, por duas mulheres trans, Raquel e Assucena, e vem sendo a maior promessa da nova MPB. A dupla traz consigo representatividade em todos os seus discos, especialmente no seu primeiro disco lançado em 2015 intitulado Mulher.

O álbum levou três anos até ser oficializado como pronto para ser comercializado. Em suas músicas é notável o peso da expressão artística e musical do grupo, que leva o desejo da liberdade individual e do respeito coletivo.

7. Letrux | @leticialetrux

Letícia Novaes é uma carioca que desde a sua infância apresenta suas veias artísticas. Tendo atuado no campo teatral e musical, a cantora iniciou sua carreira na música em 2009, quando junto a Lucas Vasconcellos constituiu a banda Letuce.

A despedida da banda ocorreu em 2016, onde Letícia decidiu sair em rumo a carreira solo, lançando assim, seu primeiro álbum: "Letrux; Em noite de Climão". Na produção, ela traz variadas referências, desde MPB de Bethânia até música dramática italiana.

Letrux lançou recentemente seu segundo álbum:"Letrux aos Prantos" e vem cada dia mais presente na playlist dos brasileiros. Suas letras são sem papas na língua, repletas de palavras que podem ser consideradas pesadas para alguns ouvintes. Ela não tem filtro para tratar de temas diversos e expressar as sensações.

8. Xênia França | @xeniafranca

Xênia é a representação quando o assunto é cultura afro-brasileria. Mulher negra, nascida e criada no recôncavo baiano, Xênia França traz como suas referências principais artisas negros como: Elza Soares, Gilberto Gil, Chico César, John Coltrane e outros grandes nomes.

Suas músicas flertam principalmente com o R&B e o jazz. Trazendo em suas faixas diversas críticas sociais e suas lutas como mulher preta, a compositora consegue abrir olhos de qualquer ouvinte. Seu primeiro álbum foi laçado em 2017, já exibindo desde lá ser uma artista indispensável para se conhecer, não apenas pela sua arte, mas também poor sua história de vida.

9. Tulipa Ruiz | @tuliparuiz

Paulista de nascimento e mineira de criação, Tulipa, em apenas nove anos de carreira, já teve músicas como parte da trilha sonora de jogos da FIFA. Por acontecimento assim, ela é reconhecida internacionalmente, sendo citada em jornais como The Guardian.

A artista traz letras extremamente poéticas e reflexivas, abordando o amor de diferentes formas e o autoconhecimento de jeitos nada clichês. Crescida juntamente com Anelis Assumpção, seus pais eram músicos e faziam parte da mesma banda: O Isca de Polícia.

Algumas das suas canções mais famosas são "Êfemera", "Do Amor" e "É", além de "Só Sei Dançar Com Você".

10. Anelis Assumpção | @aassumpcao

Filha do glorioso Itamar Assumpção, já é de se imaginar que Anelis tenha crescido sob forte influência da Música Popular Brasileira em sua casa. Em 2011, aos 31 anos, Anelis lançou seu primeiro álbum "Sou Suspeita Estou Sujeita Não Sou Santa". Anelis mescla o MPB com o Jazz, R&B e o Reggae.

O Reggae se faz bastante presente em suas faixas, trazendo uma calmaria juntamente ao jogo de palavras muito utilizado pela MPB. Anelis atualmente conta com 3 álbuns publicados de forma solo em 9 anos de carreira.

EXTRA: confira também o trabalho da dupla Anavitória (@duoanavitoria)

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