O Brasil inicia mais uma vez sua caminhada rumo ao Hexacampeonato Mundial nesta sexta-feira, 08 de setembro, jogando contra a Bolívia, no Estádio Mangueirão, em Belém do Pará. Ainda neste ano, a Seleção Brasileira enfrenta o Peru fora de casa, no Estádio Nacional de Lima, em 12 de setembro; volta a jogar no Brasil contra a Venezuela, em 12 de outubro, na Arena Pantanal; viaja para o Uruguai onde enfrenta a equipe local, em 17 de outubro, no emblemático Estádio Centenário; e finaliza as suas primeiras seis partidas contra a Colômbia, no dia 16 de novembro, e contra a Argentina, no dia 21 de novembro, no próprio Brasil, ainda sem locais definidos.
Os seis primeiros jogos da trajetória brasileira das Eliminatórias Sul-Americanas acontecerão neste ano de 2023 sob o comando interino de Fernando Diniz, dividido entre o Fluminense e a Seleção Brasileira enquanto Carlo Ancelotti não vem. Sob o comando, quem sabe, do treinador do Real Madrid, até então apalavrado no acordo com a CBF, a equipe brasileira fará seis jogos a partir de setembro de 2024 e os últimos seis em 2025.
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É praticamente impensável que o Brasil não se classifique para a Copa do Mundo dos Estados Unidos, Canadá e México, que acontecerá em 2026, pois com o aumento do número de clubes, a Conmebol terá agora seis vagas diretas para o torneio e uma possível sétima ainda disputada numa repescagem mundial. Com todos esses elementos colocados (treinadores-tampões, equipes em renovação, permanência de jogadores com perfis de celebridades, empresários e clubes sempre em pé-de-guerra e excesso de vagas), é bem provável que as Eliminatórias sejam uma das mais fracas de todos os tempos, técnica e taticamente.
Na história das desejadas classificações para o Mundial, as seleções sul-americanas começaram a disputar oficialmente as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Foram apenas três equipes – Brasil, Paraguai e Chile – para uma única vaga. Desde então, a competição já passou por várias mudanças de regra e de formatos.
Levando-se em consideração o formato atual em pontos corridos adotado em 1998, o Brasil já disputou as Eliminatórias Sul-Americanas em cinco ocasiões, tendo seu melhor desempenho para a Copa do Qatar (2022), quando conseguiu incríveis 45 pontos em 51 possíveis disputados em 17 jogos(1), com um aproveitamento de 88,24%.
Abaixo desse recorde absoluto, o Brasil conseguiu um índice de 75,9% para a Rússia (2018), de 62.9% para a Alemanha (2006), e igualmente de 62,9% para a África do Sul (2010). Curiosamente, a pior de todas as campanhas nas Eliminatórias, incluindo todos os formatos desde a década de 1950, ocorreu para o Mundial do Japão & Coreia do Sul (2002), onde o Brasil conquistou o Pentacampeonato. Foram 55,5% de aproveitamento de pontos e incríveis seis derrotas, mais do que em todas as outras campanhas somadas a partir de 1998.
A Seleção Brasileira já terminou as Eliminatórias com 100% de aproveitamento em três ocasiões: para os torneios de 1954 e de 1982, com quatro jogos sendo disputados, e para a competição de 1970, com seis partidas jogadas. O resultado todo mundo conhece: frustração geral nas Copas do Mundo da Suíça e da Espanha e a celebração máxima com a conquista do Tricampeonato no México.
Levando-se em conta os números, aparentemente para todos as situações, as Eliminatórias não servem para nada além da classificação, pois não indicam um termômetro confiável para o resultado final na Copa do Mundo e nem propõem esquemas táticos revolucionários e revelam novos jogadores. Os números mostram que em suas campanhas vitoriosas nos mundiais, a Seleção Brasileira teve um aproveitamento nas Eliminatórias de 66,6% (para 1958), incríveis 100% (para 1970), suficientes 70.8% (para 1994) e baixíssimos 55,5% (para 2002). O Brasil não disputou as Eliminatórias para 1962 e para 1998, pois era o campeão do torneio anterior, e em 1950 e 2014, quando foi anfitrião da Copa do Mundo.
(1) - A partida entre Brasil e Argentina, a ser realizada na Neo Química Arena, em 05 de setembro de 2021, pela sexta rodada, foi interrompida aos cinco minutos por exigência da Anvisa porque jogadores argentinos descumpriram medidas sanitárias em razão da pandemia de Covid-19. Em agosto de 2022, já às vésperas do Mundial do Qatar, a FIFA, a Confederação Brasileira de Futebol e a Associação do Futebol Argentino entraram em um acordo para o cancelamento definitivo da partida, além do pagamento de multa pela CBF e AFA. As duas seleções terminaram o torneio já classificadas e sem necessidade de uma nova disputa.
Silvio Tudela
Silvio Tudela
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