O pentacampeonato da Copa do Nordeste conquistado pelo Esporte Clube Bahia coroa um momento de euforia para o torcedor tricolor. Mais do que um título regional, trata-se da confirmação de que o clube se consolidou como a maior força da competição, ampliando sua hegemonia no futebol nordestino. Somado ao título do Campeonato Baiano deste ano, pode-se dizer que o time vive uma temporada vitoriosa. Mas, ao mesmo tempo, o Bahia se vê diante de uma realidade incômoda: os resultados nacionais e continentais ainda não acompanham o discurso de potência em ascensão.

Muito se atribui o atual sucesso do Tricolor Baiano aos investimentos do Grupo City, que chegou com a promessa de transformar o Bahia em um clube de referência não apenas no Brasil, mas também no cenário internacional. De fato, há avanços perceptíveis: estrutura, organização e capacidade de mercado estão em outro patamar. Porém, a verdade dentro de campo ainda não corresponde à expectativa criada. A eliminação precoce ainda na fase de grupos da Libertadores da América, a queda no playoff da Copa Sul-Americana e a recente eliminação na Copa do Brasil mostram que o projeto ainda está em construção e longe da maturidade que se almeja.
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O contraste com a ótima campanha na Copa do Nordeste e com duas vitórias arrebatadoras na final (1 a 4 e 5 a 0) fica mais evidente quando se recorda que, um pouco antes da celebração do título sobre o Confiança, o Bahia sofreu uma goleada por 5 a 1 para o estreante Mirassol no Campeonato Brasileiro.

O incômodo ficou mais forte ainda dias depois por manter um desagradável tabu na Copa do Brasil, pois pela 10ª vez na sua história, o clube não conseguiu avançar para a fase semifinal da segunda maior competição nacional. Apesar da vantagem do empate por ter vencido o primeiro jogo por 1 a 0 em casa, o Tricolor Baiano não conseguiu segurar o Fluminense e foi eliminado com a derrota de 2 a 0 fora de casa.
Esses tipos de tropeços, somados às eliminações em mata-matas, como na Sul-Americana e na Copa do Brasil, indicam que o clube ainda carece de regularidade e de um elenco suficientemente robusto para competir em alto nível ao longo de diferentes competições.
Mas, diga-se de passagem, o Bahia deixou de ser apenas um protagonista regional e já se coloca entre os clubes mais estruturados do país e prova disso é a sua boa campanha no Campeonato Brasileiro.
Mas isso não basta para o torcedor. A transformação em potência nacional exige mais do que investimento financeiro: pede tempo, paciência e, acima de tudo, resultados consistentes contra adversários de maior peso. O torcedor, naturalmente, sonha alto e tem motivos para isso, mas o presente ainda cobra cautela.
O Tricolor Baiano vive, portanto, entre dois mundos: o da euforia de títulos que reforçam sua grandeza regional e o da realidade dura das competições nacionais e continentais, que lembram que a estrada para se tornar uma potência futebolística é longa e cheia de desafios. O Grupo City trouxe o projeto, mas cabe ao Bahia, dentro de campo, transformá-lo em realidade.
Para o Bahia, campeão baiano e pentacampeão da Copa do Nordeste, mesmo que pareça distante, ainda resta o sonho do título brasileiro da Série A no final da temporada de 2025.
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