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Tabus, Tretas e Troças

Mundial de Clubes foi ótima vitrine, mas futuro ainda é incerto

Após anos de resultados tímidos, clubes brasileiros demonstraram competitividade e consolidaram o efeito de investimentos em estrutura e elenco

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Sílvio Tudela

29/07/2025 às 9:49 - há XX semanas
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Bancado por bilhões de dólares sauditas, o Mundial de Clubes de 2025 terminou com um saldo positivo para o futebol brasileiro, mas também deixou em evidência os desafios e controvérsias que cercam o torneio. Realizado nos Estados Unidos, o campeonato viu clubes do Brasil superarem gigantes europeus e voltarem a ganhar respeito internacional, em um cenário que mistura vitórias simbólicas, interesses geopolíticos e críticas de diferentes setores do futebol global.


					Mundial de Clubes foi ótima vitrine, mas futuro ainda é incerto
Mundial de Clubes foi ótima vitrine, mas futuro ainda é incerto. Foto: Reprodução / FIFA

De um lado, a competição se tornou uma vitrine para os clubes e jogadores brasileiros, que surpreenderam ao eliminarem equipes como Inter de Milão (Fluminense) e vencerem na fase de grupos o vice-campeão PSG (Botafogo) e o campeão Chelsea (Flamengo) e conquistaram elogios de técnicos, dirigentes e jornalistas estrangeiros. Para o Brasil, trata-se de um marco importante, pois após anos de resultados tímidos, os clubes demonstraram competitividade e consolidaram o efeito de investimentos recentes em estruturas e elencos, impulsionados pelo modelo de SAFs e pelo dinheiro de patrocinadores, especialmente as casas de apostas.

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Outro ponto favorável foi o impacto financeiro do torneio. Com uma premiação que alcançou a marca de US$ 1 bilhão, garantida em grande parte pelo fundo soberano da Arábia Saudita, o Mundial assegurou retornos significativos aos clubes participantes, ao mesmo tempo em que ampliou a audiência global, aquecendo o mercado de transmissões e patrocinadores interessados no evento.

No entanto, o torneio seguiu sendo alvo de críticas, principalmente de jogadores e treinadores na Europa. Clubes e entidades reclamaram do calendário inchado, o que aumenta a sobrecarga dos atletas em um período em que os europeus encerram a temporada. Personalidades do esporte destacaram os riscos de lesões e o impacto na qualidade do futebol, enquanto a FIFPro, sindicato dos jogadores, chegou a ameaçar com medidas legais para limitar a expansão do campeonato.

Há também questionamentos quanto ao objetivo político da Arábia Saudita, que busca fortalecer sua imagem internacional antes da Copa do Mundo de 2034, também bancada pelo país. Para alguns críticos, o Mundial de Clubes virou uma ferramenta de “sportswashing” — o uso do esporte para melhorar a reputação de governos em meio a polêmicas de direitos humanos e geopolítica.

Ainda assim, a FIFA e os patrocinadores defenderam que o torneio se consolidou como uma “Copa do Mundo de Clubes”, substituindo lacunas deixadas pela extinta Copa das Confederações e atendendo ao desejo de expansão do futebol como entretenimento global.

A perspectiva para as próximas edições indica que o Mundial continuará, pelo menos até 2034, sob financiamento saudita, prometendo premiações robustas e projeção internacional para os participantes. Para o Brasil, a manutenção dessa vitrine representa uma oportunidade de continuar atraindo talentos, fortalecer seus clubes e elevar o nível competitivo do futebol nacional.

No entanto, o equilíbrio entre ganhos financeiros, calendário sustentável e coerência esportiva será o maior desafio para garantir que o Mundial de Clubes seja, de fato, uma celebração do futebol, e não apenas mais um torneio inflado por interesses externos.

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